domingo, 3 de junho de 2012

Herdeira da Inocência - India Grey

Título Original:
Emily´s Innocence
Copyright © 2010 by Harlequin Books S.A.

Protagonistas:
Luís Cordoba de Santosa e Emily Balfour

Sinopse:


Ela era inocente e estava à disposição de um soberano!

Emily Balfour havia deixado para trás sua vida de princesa quando descobriu que tudo fora construído sobre mentiras! Agora, apesar de sua ingenuidade, lutava para conseguir sobreviver na pobreza. Ao reconhecê-la como uma das herdeiras Balfour, o príncipe Luis Cordoba tramou um plano diabólico para ter aos seus pés a única mulher que o rejeitara. Sem casa e abandonada, ele ofereceu para Emily um teto, roupas caras, joias... e um lugar em sua cama! Arrebatada para seu reino, Emily não tinha outra escolha... mas seu coração a alertava para não ser apenas mais um troféu para Luis.


Resenha:

Terceiro livro da série "Noivas Balfour". É o livro da Emily, filha caçula de Oscar Balfour, fruto de seu terceiro e último casamento. Emily é uma menina de valores profundos, bom caráter e apaixonada. É bailarina e muito dedicada a essa grande paixão, até conhecer o príncipe playboy Luís Cordoba. Ele a beija num dos bailes da família Balfour e ela foge. Ele a chama de criança. Logo depois, sua mãe, diagnosticada com câncer vem a falecer, no mesmo momento em que Mia, do livro Herdeira do Escândalo, surge na vida de todos como a filha bastarda de Oscar. Na visão de Emily, Oscar as traiu, ao dormir com outra mulher na véspera de seu casamento com sua mãe, não consegue aceitar isso e após o funeral, foge de casa, levando apenas as roupas do corpo e suas coisas de balé. Mas a vida não foi fácil longe de casa, como ela imaginou que seria e ela se vê obrigada a alugar um quarto imundo de um senhorio de caráter duvidoso e a trabalhar como balconista numa casa de strip-tease. Seu único prazer era ensinar balé a crianças pobres em uma espécie de fundação para crianças carentes. É nesse lugar que Luís a reencontra, quando, também vivendo seu inferno particular, assumindo o lugar de príncipe herdeiro, após a morte de seu irmão mais velho, é obrigado a melhorar sua imagem de playboy. Ele envolve Emily em sua teia, seguindo as ordens de sua assessoria de imprensa na operação de melhorar sua imagem diante de seu povo. Vale ressaltar que Luís é muitoooo cínico. Demais! Mas, que realmente se sente atraído por Emily, apesar se faze-la acreditar que ele a considera somente uma criança. Vale ressaltar, também, que Santosa, o país de Luís, fica a 50km da costa brasileira! Apesar de não relatar no livro, nada sobre pertencer ao Brasil, é mencionado o Balé Nacional Brasileiro e eles falam português. E quando eles vão ao continente assistir a um balé, claramente é no Brasil, ne? Apesar de não mencionar. Para vocês terem uma noção, Fernando de Noronha fica a 345 km da costa. Então, Santosa é praticamente colada em nós. hahahaha... eu adorei isso! Quero dizer também, que o livro não é daquele tipo inesquecível, mas o final, realmente lindo, faz valer a pena a leitura.

                  *** Série Noivas Balfour ***

3-    Herdeira da Inocência – Índia Grey


Ponto Alto:


" — Fale sobre Rico. Como ele era?— Como ele era? — Luis repetiu. — Nada igual a mim. Ele era... sempre o mesmo. — Ele falou devagar e com dificuldade, percebendo que era um modo estranho de descrever seu irmão, mas se dando conta de que isso era significativo. — O tempo inteiro, com quem quer que estivesse. Não havia diferença entre o homem que era e a pessoa que mostrava para o mundo. Tudo em relação a quem era lhe era natural.— Quem era? Quer dizer o herdeiro do trono?— Sim, assim como tudo sobre ser o reserva me vinha naturalmente... — Sentiu uma auto repugnância que impregnou cada palavra sua. — Ter privilégios sem ter responsabilidades, gozar da reputação de meu título sem fazer nada para merecer. Mas Rico era o oposto.— Mas você está aceitando a responsabilidade agora. — Era uma afirmação, não uma pergunta, e ela a fez com uma firmeza serena que lhe deu um alívio enorme.Até que ele lembrou-se do que fez, e as portas da prisão se fecharam de novo.— Na superfície, sim. Mas tudo em mim se rebela contra isso. Nunca vou ser capaz de fazer isso de coração.Como Emily o faria. Tudo o que ela faz é apaixonadamente, de corpo e alma. Parecia ter passado uma eternidade desde aquela conversa com Oscar, mas cada palavra ainda estava marcada de forma indelével em sua memória. Quisesse ou não.Sentiu um desejo enorme ao vê-la levar a garrafa aos lábios e dar um gole.— Tem de fazer isso, então? Não pode...— Fugir? — Sua breve risada tinha um tom de desespero. — Não é uma opção. Tenho de aceitar a manipulação da verdade e as mentiras descaradas que a assessoria de imprensa do palácio inventa em nome de minha "imagem".— Mas por quê? — Ela mudara de lugar enquanto ele falava, e ficou meio ajoelhada ao lado das pernas esticadas dele, encarando-o. Ainda estava com a blusa amarrada sob os seios. — Por que não pode ser você mesmo?— Porque meu verdadeiro "eu" não serve para o cargo. — Com muita dificuldade, ele tirou os olhos de sua barriga lisa e macia e deu um sorriso enviesado. — Ser da realeza é como ser um personagem de conto de fadas. Você só existe se as pessoas acreditam em você. Então tem de fazê-las acreditar, e na era dos celulares com câmeras e da internet isso é quase impossível, pois em cada esquina tem alguém esperando para mostrar o quanto é humano. — Ele bebeu um gole de cerveja. — Vamos encarar a realidade, até você parou de acreditar em contos de fadas — acrescentou numa débil tentativa de humor.—Ah, mas agora acredito de novo. Graças a você, a seu "eu " verdadeiro. — Sem se levantar, ela trocou de posição e ficou ajoelhada com as pernas dele entre as suas. — Está errado sobre não servir para o cargo, sabe disso. Pode não ser o mesmo tipo de rei que seu pai foi ou que seu irmão seria, mas se fizer do seu jeito vai ser brilhante. Vai fazer com que todos acreditem, como eu acredito.Luis enrijeceu, tentando suprimir o desejo que o atravessou. Desviou seu olhar do dela e deu uma risada debochada.— Não posso dormir com todo o mundo.O sorriso dela se alargou, e passou um dedo lânguido pelo peito dele.— Não é o que você teria dito quando o conheci...— Não. Mas tudo mudou. Não sou mais como era.— Por que está assumindo a responsabilidade de...— Não. — A palavra soou como uma maldição. Com o coração batendo forte, Luis tirou as pernas de baixo dela e se levantou."


" Os guardas lá fora ficaram em posição de sentido quando ele passou, dando olhares constrangidos um para o outro quando ele foi direto para o elevador. As portas se abriram e ele apertou o botão do térreo. Nesse momento, Tomás apareceu na entrada da sala oposta com uma expressão alarmada.— Vossa Alteza! Quero dizer... Vossa Majestade! Aonde...As portas começaram a fechar. Ao ver que Luis não tinha intenção de impedi-las, Tomás entrou no elevador a tempo.— Senhor, o que está fazendo? — Seu tom era um misto de incredulidade, indignação e pânico.Em contraste, Luis estava de uma calma gélida.— Voltando ao palácio.— M... mas a imprensa está lá fora, senhor. Esperam por declarações e fotos, e o terno que eu lhe trouxe ainda está...Luis o interrompeu, impiedosamente:— Preciso falar com Emily.—Ah... — Foi uma interjeição decepcionada, mas imediatamente Tomás se empertigou, preparando-se para dar más notícias. —A srta. Balfour está voltando para a Inglaterra. Acabo de falar com Josefina. Ela encontrou-se com ela esta manhã, e depois parece que o pai da srta. Balfour chegou, por coincidência. Em vista do que aconteceu, parece que ela decidiu voltar para casa.O elevador parou, e Luis torceu a boca em desdém.— A srta. Balfour decidiu ou foi Josefina? — ele perguntou, dirigindo-se à porta.— Espere. — Com uma veemência inabitual Tomás apertou o botão para fechar a porta, e ficou segurando. — É tarde demais, senhor — disse, desesperado. — O helicóptero está sendo preparado para decolar agora. Quando tiver conseguido passar pela multidão lá fora e voltar para o palácio, ela já terá ido. Então por que não volta lá para cima, veste o terno e...Ele não continuou. O elevador sacudiu quando, num movimento rápido e firme, Luis o levantou pelo colarinho e o segurou contra a parede.— Não. — Foi um grunhido baixo e selvagem. — Não vou esperar. Nem vou voltar para me trocar porque não ligo para vestir as roupas certas ou dizer as coisas certas. Nunca liguei, e se vou fazer isso... —A voz dele falhou, mas trincou os dentes e continuou: — Se vou desempenhar esse papel pelo resto de minha vida, vai ser do meu jeito. Tenho de ser eu mesmo, não meu pai ou meu irmão. E se as pessoas não gostarem disso vai ser duro. Mas não posso mais fingir. E não posso... Ele parou, soltou Tomás e se afastou.
—Senhor?—Não vou conseguir fazer isso sem ela. — Luis ergueu o braço e se apoiou na parede numa atitude de desespero. — Entende?**O helicóptero esperava no gramado, e a cada passo em direção a ele Emily sentia seu coração se dilacerar. Oscar a ajudou a embarcar, todo solícito, como se ela estivesse doente, e segurou suas mãos quando as hélices começaram a girar. Emily observava o palácio ficar cada vez menor e teve de soltar sua mão da de Oscar e pressioná-la contra sua boca para abafar os soluços que não conseguiu conter.— Oh, querida. Não tenho como expressar o quanto desejei que voltasse. Mas não assim, com o coração partido. Conte o que aconteceu.— Eu me apaixonei por ele — ela sussurrou, inclinando a cabeça para trás e deixando as lágrimas caírem. — Sabia que era perigoso, mas não consegui me controlar.— E ele não sente o mesmo?— Não. — Ela olhou pela janela e pareceu que seu coração estava sendo arrancado do peito quando viu o telhado da guarita lá embaixo. — Para ele não passou de relações públicas. — Soluçou. — E, embora eu quisesse acreditar que ele acabou sentindo algo por mim, não era o suficiente. Não era amor.Mais adiante ela podia ver o brilho do mar. Logo estariam sobre a praia em que dançaram na noite anterior, e onde acordara em seus braços. E então, fim. Santosa estaria para atrás, e não haveria nada além de um imenso oceano frio e profundo diante deles. Ela fechou os olhos, perguntando-se como superar a dor.— Tem certeza? — Oscar perguntou gentilmente. — Tem absoluta certeza?— Tenho. Mas, mesmo que não tivesse, não poderia viver com alguém que não consegue dizer isso. Não poderia viver sem saber...— Não, querida, não poderia. Você precisa...Ele parou no meio da frase, e Emily abriu os olhos.— Que foi, papai?Oscar estava olhando para fora, franzindo a testa. Com o coração disparado, Emily acompanhou seu olhar.Embaixo deles, a maré estava baixa e a praia era uma extensa superfície branca. As tendas já haviam sido retiradas, e as cinzas da fogueira, cobertas, sem deixar vestígios da festa. Estava deserta, a não ser por uma única pessoa.Um surfista solitário, ela pensou, notando a bermuda e as costas nuas bronzeadas. Estava inclinado como se procurasse algo na areia, mas se movimentava rapidamente, de modo que seus músculos das costas ondulavam sob o sol.E então ela se deu conta. Ele não estava procurando nada.Estava escrevendo.Grandes letras na areia. Uma mensagem que ela leu, incrédula, às lágrimas."Emily, eu te amo."Ela deu um soluço desesperado e enxugou as lágrimas dos olhos para ler de novo, para ter certeza de que não se enganara. Ele ouviu o helicóptero e olhou para cima. E ela viu que era mesmo Luis, e que a expressão dele estava tão atormentada quanto a sua.— Eu ia dizer que precisa de alguém que saiba dizer que a ama — Oscar disse, emocionado. — Mas acho que escrever em letras gigantes é melhor ainda."

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