terça-feira, 17 de outubro de 2017

Brincando com Fogo - Demônio Disfarçado - Caitlin Crews

Título Original:
A Demon in Disguise
Copyright © 2012 by Caitlin Crews

Protagonistas:
Cayo Vila e Drusilla Bennet

Sinopse:

Uma sedução arriscada...

O trabalho infernal de Drusilla Bennet está perto de acabar. Logo ela retomará sua vida e deixará seu chefe demoníaco para trás. E está preparada para dizer um belo "Eu me demito!". Cayo Vila nunca é pego de surpresa. Porém, para tudo existe uma primeira vez. E ele não está acostumado a ouvir um "não"como resposta. Portanto, o pedido de demissão da melhor assistente pessoal que
já teve é simplesmente inaceitável. Dru já tinha ouvido falar muito de seu lendário charme, mas só agora, quando ele está focado em sua direção, ela entende porque é tão difícil negar qualquer coisa a Cayo Vila!


Resenha:

Então, eu realmente estou gostando dos livros da Caitlin Crews. Ela, assim como a maioria das autoras, tem seu "modus operandi", e eu gamei nesse estilo. Mocinhas apaixonadas, porém decididas, que não dão mole para o mocinho, mas ao mesmo tempo, se permitem o prazer de aproveitar o que a vida está lhe oferecendo. No caso da Drusilla, eu posso até dizer que achei ela um pouco "exagerada", mas só a gente sabe, quando ficamos com raiva, as atitudes ridículas que temos. A dela, por exemplo, foi se jogar de um iate, em pleno mar Adriático. Achei um pouco dramático demais e tudo por conta de um beijo, mas se pensarmos que ela estava uma pilha de nervos, a gente perdoa. O Cayo, é aquele típico mocinho muito rico, que veio do nada e por isso, se torna um insensível que visa apenas o próprio interesse. Ele não tinha interesse na Drusilla até que ela tem a coragem de pedir demissão de seu cargo de assistente pessoal dele. Ele a considera perfeita e por isso não quer aceitar que ela se vá. A gente até pode achar que tem alguma coisa oculta aí, assim como o fato de ele ter impedido a promoção dela, anos antes, acrescentando o fato de eles terem se beijado nessa mesma época, maaasss, a autora não diz nada disso. Efetivamente. O Cayo, em nenhum momento, diz para ela que impediu a sua promoção porque a queria perto dele porque a amava. Ele simplesmente diz que não podia ficar sem ela. E ele muitas vezes diz que não pode ficar sem ela, por ela ser uma excelente funcionária. Mas, podemos dizer que o beijo mexeu e quando ela pede para sair, ele não permite, obrigando-a, a cumprir um aviso prévio de duas semanas. Durante esse tempo, ele decide que ela tem que ser sua, e ela como o ama, cede. A questão é que ele acha que ela vai acabar ficando com ele, mas ela é firme e depois de duas semanas, vai embora e ele fica arrasado. Insuportável. Fofo. Hahahahaha.. A cena em que ela vai até a empresa depois disso, é uma das minhas favoritas. Eu só achei que demorou demais, até as coisas realmente acontecerem. Ficou parecendo enrolação e fica um pouco maçante, mas a história é boa e vale a pena. Crédito para os dois.


Pontos Altos:

Cayo teve a estranha sensação de que aquela mulher podia significar a sua morte. Aborrecido, ele afastou de sua mente aquela estúpida superstição de seus tempos de infância, que ele já acreditava ter deixado para trás.

– Por que está tão preocupada com o destino daquela “pobre moça”? – perguntou ele, com a voz cada vez mais grave à medida que ia ficando mais furioso. – Você sequer sabe o nome dela?

– Você sabe? – a retrucou, chegando a inclinar mais o rosto como se estivesse prestes a cutucá-lo com algo mais que palavras.

– Por que se importa tanto com o modo como eu trato as minhas mulheres, Srta. Bennett? – perguntou ele, em um tom gelado e perigoso que deveria tê-la silenciado por dias.

– Por que você não se importa? – contra-atacou ela, com uma expressão grave.

Subitamente, ele compreendeu o que estava acontecendo. Como não tinha enxergado toda aquela efervescência antes, já que ela deveria estar lá há anos? Ele não permitira que uma única noite insignificante, deliberadamente ignorada, praticamente assim que aconteceu, o assombrasse ou afetasse o seu relacionamento profissional com ela e achara que ela também não.

– Talvez – o sugeriu – você não tenha sido inteiramente honesta quando me disse que não havia nenhum homem envolvido nessa história.

Por um momento, ela ficou simplesmente olhando-lhe, apática.

Depois respirou fundo, enquanto o choque e a incredulidade atravessavam o seu olhar, seguidos de uma súbita consciência, e deu um passo para trás. Mas ele já o havia visto.

– Você não pode estar falando sério – disse ela, arfante, soando horrorizada. Talvez um pouco horrorizada e aterrorizada demais. – Acha mesmo que... Você?

– Eu – concordou ele, sentindo toda aquela fúria se agitar em seu interior, transformando-se em outra coisa, algo que ele lembrava muito bem, apesar de insistir no contrário. – Você não seria a primeira secretária no mundo a ter uma paixonite pelo chefe, não é? – Ele inclinou a cabeça, magnânimo. – Eu assumo toda a responsabilidade por isso. Jamais deveria ter permitido que aquele episódio em Cádiz ocorresse. Foi tudo culpa minha. Permiti que você alimentasse muitas ilusões.

Dru empalideceu, e apesar do que havia dito, tudo em que ele conseguiu pensar foi naquela noite ocorrida há tanto tempo na Espanha, no caminho de volta da bodega para o hotel, enquanto o mundo se turvava e ela passava o braço em torno de sua cintura, como se ele precisasse de apoio. E então a boca de Dru sob a sua, sua língua, seu sabor, muito mais inebriante que amanzanilla que ele havia tomado em uma espécie de tributo torto ao avô, cuja morte, naquele mesmo dia, ele se recusava a lamentar. Em vez disso, ele a beijara contra o muro e em meio a doce escuridão.

Suas mãos contra as curvas dela, seus lábios no pescoço de Dru…

Cayo ainda podia sentir o sabor dela, mesmo depois de todos aqueles anos.

Ele vinha mentindo para si mesmo. Não tinha sido movido apenas por aborrecimento e raiva. Não fora isso o que o deixara rijo e pronto, fazendo o sangue correr mais rápido pelas veias.

Aquilo era desejo.

– Seria mais provável eu me apaixonar pelo capeta – disse ela, furiosa, atropelando as palavras como se não pudesse pronunciá-las rápido o bastante. – Além do mais, eu era a sua assistente pessoal e não a sua secretária...

– Você é o que eu disser que é – advertiu ele, num tom mavioso e perverso, como se aquilo pudesse apagar aquela lembrança, ou colocá-la no devido lugar. A ela e àquele seu crescente desejo por ela também. – Algo que você parece ter esquecido completamente hoje.

Dru arfou e ele voltou a notar aquela centelha, aquela excitação. A lembrança.

Aquele brilho nos olhos cinza dela, que ele já havia visto uma vez e jamais esquecera, por mais que tivesse dito a si mesmo o contrário.

Mais mentiras, concluiu ele, sentindo o corpo latejar com a necessidade de sentir o sabor dela. De possuí-la.

– Eu não desperdicei um segundo sequer do meu tempo “alimentando ilusões” a respeito da sua grosseria e bebedeira em Cádiz – sibilou ela, mas a voz falhou e ele soube que ela estava mentindo, tanto quanto ele havia feito até ali. – Foi um único beijo. Você, por acaso, fantasiou com isso? Foi por isso que me impediu de obter aquela promoção? Ciúme?

Aquela ideia era simplesmente risível, mas Cayo queria sentir novamente o sabor dela e que ela se calasse, e só conseguiu pensar em um modo de conseguir as duas coisas de uma só vez, dizendo a si mesmo que se tratava de uma estratégia.

Seu coração batia com força. Ele ansiava por botar as mãos nela.

Ele a desejava. Apenas estratégia, o pensou outra vez.

Não acreditava realmente naquela história, mas baixou a cabeça, mesmo assim, e a beijou.

FOI COMO se o ar entre eles simplesmente entrasse em combustão.

Ou talvez fosse ela quem estivesse se incendiando.

Isso não pode estar acontecendo outra vez...

Dru, porém, não teve tempo de pensar em mais nada, além disso. A boca dele estava sobre a sua, aquela boca linda, dura, cruel e impossível, e Cayo cruzou a distância que os separava tão implacavelmente quanto fazia todo o restante. Exatamente como fizera anos atrás, em uma rua escura, envolto nas profundas sombras de uma noite espanhola. Uma das mãos deslizou sobre o quadril dela até alcançar a base de suas costas, puxando-a para junto do muro de seu peito, enquanto os lábios assumiam o controle dos dela, exigindo que ela o deixasse entrar, que retribuísse o beijo.

E, por Deus, ela o fez.

Ela deixou o outro sapato cair, perdeu a cabeça, e o fez.

Aquilo era tão excitante. Finalmente, sussurrou uma voz, insistente e feliz. Ele tinha sabor de desejo e comando, e ela ficou tão tonta que se esqueceu de si mesma.

Esqueceu-se de tudo que não fosse o calor daquela boca, o modo como ele inclinava a cabeça para beijá-la mais profundamente, e como a palma da mão dele pressionava as suas costas, moldando-a contra a extensão do peito dele, firme como granito. Seus seios estavam tão fartos que chegavam quase a doer esmagados contra ele. Todos os pontos de contato entre eles ardiam como que possuídos por uma febre. Ela estava retribuindo o seu beijo como que enfeitiçada por ele, e por um breve e ardente momento, ela não quis outra coisa senão se entregar àquele encantamento.

Dru não compreendia o que estava acontecendo, mas queria aquilo, quase além do que jamais desejara qualquer outra coisa na vida. A inexorável atração de sua boca, seu sabor, todo ele...

Cayo interrompeu o beijo e resmungou algo em espanhol. E a realidade se abateu novamente sobre Dru com tanta força que ela chegou a se surpreender por seus ossos não terem se quebrado com o impacto.

***

– Você não tem ideia do que é o amor. 

Dru olhou para ele pelo que pareceu ser uma eternidade, excessivamente abalada para sequer chorar. Estava se sentindo devassada, como se ele fosse à luz que tivesse iluminado a escuridão de seu interior. 

– E você tem? – perguntou ela, por fim. 

Os olhos de Cayo eram puro fogo e ouro derretido, queimando-a viva. Ele tomou a mão dela na sua, e em vez de evitar o contato, ela se deleitou na sensação da pele dele contra a sua, depois de todo aquele tempo. 

– Deixe-me lhe dizer o que você sabe – disse Cayo, com a voz grave e intensa, carregada de urgência. – Eu a quero de um jeito que não consigo compreender. Posso viver sem você, mas não quero. Não entendo por que deveria fazê-lo. 

– Cayo… 

– Cállate – ordenou Cayo, virando-se e baixando as mãos dela. Dru as cruzou sobre o que restara do calor dele. – Eu tentei. Deixei que você partisse. Você voltou. Você só ama o que não pode ter, e eu nunca fui outra coisa que não um monstro para você. Eu jamais quis ser outra coisa que não eu mesmo. Até agora. 

Algo se avolumou no espaço entre eles, frágil e novo. Dru sentiu as lágrimas rolarem pelo rosto, mas não fez movimento algum para secá-las. Só conseguia enxergar Cayo diante de si. E assim como os beija-flores que Dominic havia tatuado em sua pele, ela sentiu algo se elevar timidamente dentro de si, como um dom, uma esperança, fazendo com que aquela terrível caverna em que ela vinha vivendo há tanto tempo finalmente começasse a se iluminar. 

Ela não queria mais saber de dor. Não queria mais alimentar aquele traço masoquista de sua personalidade. Tudo o que queria era ele. Sempre quisera. Estava cansada de se esconder. Já era à hora de parar com aquilo. 

Daquela vez foi ela quem estendeu a mão. Ela se inclinou para frente e passou as mãos pelo maxilar severo de Cayo, e então segurou o rosto feroz, impossível, entre as mãos. Dru sentiu o calor dele se mover por ela, aquecendo-a de dentro para fora. 

– Se eu não sou uma mártir – disse ela em voz baixa, mas forte – e você não é um monstro, então quem você acha que somos? 

– Essa é a questão – falou ele, erguendo as mãos para cobrir as dela, seu olhar se derretendo no dela, enquanto o mundo girava ao redor deles e o fogo que sempre ardera entre eles, soldava-os, um ao outro. – Eu quero descobrir. Com você. 

– Acho que nós podemos fazer isso – sussurrou ela, e então o beijou, para selar o seu voto.

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