quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A Segunda Mulher - Victoria Pade

Título Original:
The Doubletree
Copyright © by Victoria Pade

Protagonistas:
Jared Stratton e Glenna Ashe
Sinopse:

Fugindo da policia, Glenna Ashe agarrou-se a chance que surgiu inesperadamente: um inusitado anúncio de jornal, um homem procurando uma esposa para ir morar com ele no Kansas. Era a resposta às suas preces. Mas, ao deparar com o viúvo amargurado e sarcástico, achou que as paredes frias de uma prisão seriam mais acolhedoras que a indiferença daquele estranho. Jared Stratton precisava de alguém para cuidar do filho pequeno, da casa e dividir a cama com ele. Uma criatura humilde, desprovida de vontade própria. Sem alternativa, Glenna resolveu fingir... no começo. Haveria tempo para subverter a situação e mostrar o que ela queria. E a lutar ela estava acostumada!


Resenha:

É um livro muito gostoso de ler! Te prende do início ao fim. Mas, eu não sei, senti falta de alguma coisa. Talvez, pelas resenhas que li antes de ler o livro, criei expectativas demais e eu odeio quando isso acontece, porque é caminho certo para a decepção. Também achei que ficaram alguns "cabos soltos" no fim da história. Coisas que eu gostaria de saber mais a fundo o que aconteceu e não foi dito. Pode ser culpa da edição brasileira? Pode. Pode ser que eu esteja muito exigente? Também. Mas eu gostaria mesmo de entender - não continue lendo se você não gosta de spoilers - essa fuga da Jane com o Bill. Como foi exatamente que isso aconteceu, porque, no início, quando o Joseph conta que Bill foi enterrado lá, fala que ele ficou um tempo doente e depois morreu e onde estava Jane, então? E essa aparição desnecessária da Jane na história? A vinda dela poderia ter dado uma sacolejada melhor na história, mas no fim, não achei que serviu de muita coisa. E fiquei esperando por mais. Mais confusão, mais ação, mais lágrimas, enfim, mais, e fiquei realmente desapontada por ela ir embora tão fácil e tão rápido. Agora, vamos falar do Jared. Jared é um fofo, gente! Fiquei encantada com ele tentando não se envolver com a Glenna, fugindo o quanto podia de um sentimento que ele não queria ter. E como ele é carinhoso com ela! E a surpresa que ele faz para ela no final foi maravilhosa! Também adorei ver ele cheio de ciúmes do Scott. Glenna, é outro caso a parte. Maravilhosa, guerreira, decidida. Uma mulher admirável. Fez tudo o que pode para aprender a viver bem na sua casa com seu marido, apesar dos avisos de quão dura aquela vida poderia ser. Adoraria que ela tivesse engravidado no fim do livro. Fiquei com sensação que o Jared podia ser estéril, já que ela não engravida mesmo depois de tanto tempo casada e a Jane custou também custa a engravidar e há toda essa dúvida em relação a paternidade do Lyden. Personagens muito bem escritos num livro muito bem escrito. Consegui realmente visualizar o Kansas do século XIX naquelas páginas. Dei quatro estrelinhas.

Glenna precisa sair da cidade depois de ser perseguida por seu padastro que acaba de matar sua mãe. Ela vê a solução na forma de um anúncio de jornal. Jared precisa de uma mulher para cuidar de sua casa e criar o seu filho e põe o anúncio no jornal. Ele não quer se envolver, então ele pensa no casamento como uma espécie de contrato. Mas os termos desse "contrato" começam a mudar quando os dois se veem completamente atraídos um pelo outro.

Pontos Altos:

— Tire as roupas molhadas para que eu possa trocar a faixa — cochichou em seu ouvido. 

Ela teve a sensação de que os nervos se esticavam como cordas de harpa e o coração batia em ritmo descompassado. Era impos­sível discutir quando se achavam separados dos donos da casa apenas por um cobertor, e decidiu ignorar o embaraço. 

Virou-se de costas para Jared e largou a toalha sobre a cama por um momento, enquanto desatava os laços do corpete. As cos­telas sempre doíam quando ela vestia ou despia alguma roupa. Jared, como se soubesse disso, ajudou-a, puxando o corpete por trás, para que ela não precisasse movimentar demais os ombros e os braços. Glenna vacilou depois de soltar o cordão da calça de cambraia que lhe chegava aos joelhos. Tirá-la era expor o tra­seiro ao olhar de Jared. Mas o tecido molhado estava gelado de .. encontro à pele quente, e ela sabia que não poderia dormir da­quele jeito. Num gesto decidido, deixou a calça deslizar para o chão. Com modéstia, abriu a toalha na frente do corpo. Mas, ao mesmo tempo em que se sentia envergonhada, era assaltada por uma deliciosa sensação de liberdade e orgulho de sua nudez. Ficou esperando que Jared começasse a desatar a faixa enso­pada, mas ele permaneceu parado atrás dela. Curiosa, ela olhou por cima do ombro. A única claridade em seu cubículo vinha atra­vés da janela coberta pelo papel encerado, de modo que quase nada viu, a não ser a silhueta do corpo magnífico quase colado ao seu. Vibrações intensas irradiavam dele e Glenna as recebia inebriada, percebendo, embora ingênua, que sua nudez o afetava. Finalmente ele aproximou-se ainda mais e removeu a atadura encharcada, deixando-a completamente nua. Não chegou a tocá-la. Ajustou a ponta da faixa nova nas costas estreitas e passou-a para a frente, por baixo da toalha. Começou, como o médico ex­plicara, pela parte mais baixa do tórax, ajustando a faixa com firmeza, mas sem apertar demais. Volta após volta, Glenna sen­tia as mãos dele movendo-se cada vez mais perto dos seios nus. Mal podia respirar e um arrepio a percorreu quando um dos bra­ços de Jared roçou-lhe um seio. Ondas de uma energia estranha a inundaram, aquecendo a pele e fazendo os mamilos se enrije­cerem, latejantes. 

Jared introduziu a ponta da faixa nas dobras formadas nas cos­tas, e Glenna sentiu-o pousar as mãos dos dois lados de seu cor­po, sobre a atadura. As pontas dos dedos tocavam as curvas dos seios, levemente. Começou a respirar com dificuldade, desejan­do algo indefinível quando ele comprimiu os lábios na curva de seu pescoço. Num gesto instintivo, apertou a toalha de encontro ao ventre, mas ao mesmo tempo deixou a cabeça tombar para trás, abandonando-se à deliciosa carícia. 

Jared beijou-a várias vezes no pescoço e no ombro e depois mordiscou-a de leve. Glenna fechou os olhos e rendeu-se ao im­pulso de se largar contra ele, deixando a cabeça descansar no om­bro musculoso e rijo. Jared moveu as mãos vagarosamente até alcançar os seios redondos e firmes, acariciando-os com as pon­tas dos dedos. Glenna foi surpreendida pelo intenso prazer que sentiu e num lampejo de lucidez pensou que devia afastar-se. — Mas não podia. Não queria. Obedecendo ao instinto, curvou-se para trás, alteando os seios num oferecimento sensual. Em res­posta, Jared cobriu-os com as mãos, gentilmente, como se qui­sesse deixar que ela se acostumasse ao seu toque. Foi maravilhoso, excitante, e ela suspirou de modo entrecortado. 

Jared, encorajado, apertou os seios nas palmas das mãos, aca­riciando os mamilos, ao mesmo tempo em que puxava Glenna para si, encaixando-a em seu corpo, fazendo-a sentir o poder de sua masculinidade. 

Perdida nas sensações inebriantes que ele provocava em seu cor­po inocente, Glenna mal ouviu-o gemer baixinho, mas sua men­te que perdia a lucidez interpretou o som como um protesto. Jared parecia arrepender-se de ter feito algo que não devia. Parou de beijar-lhe o pescoço e soltou-a. 

Glenna equilibrou-se sobre as pernas bambas e abriu os olhos. Piscou repetidas vezes, sentindo-se como se estivesse despertan­do de um transe. Antes que se refizesse completamente, Jared estendeu-lhe a roupa.

***

"Não. A única coisa que quero é ficar com você, mas cum­prindo a promessa que fiz a Mary", ela queria responder. Mas não havia mais utilidade em discutir o que já fora decidido. Sus­pirou profundamente. 

— Gostaria que você me emprestasse algum dinheiro. Jared olhou-a, espantado, interrompendo o movimento de le­var a caneca aos lábios. 

— Para que deseja dinheiro, Glenna? 

Ela fitou-o, analisando o cabelo loiro como raios de sol, as be­las feições, o bigode aparado, os olhos verdes, da tonalidade de águas profundas. Como poderia deixá-lo? Onde encontraria co­ragem para abandonar Mary, porém? 

— Para trazer Mary para cá e alugar uma casinha em Hays, onde nós duas ficaremos juntas — ela anunciou depressa, antes que se arrependesse. 

— Entendo — foi tudo o que ele disse. 

Glenna tornou a fitá-lo, com expressão suplicante. 

— Oh, Jared, fiz uma promessa a Mary. Não posso quebrá-la. Sei que não compreende, mas... 

— Fez promessas a mim também, se não me engano. 

— E as cumpri. 

— Até agora. 

— Continuaremos casados — ela explicou debilmente. — Na­da mudará. 

— Não? Tudo continuará na mesma, só que você e Mary vi­verão em Hays e eu aqui — ele respondeu com leve ironia. — Uma beleza de casamento. 

— Eu te amo, Jared. Amo Lyden também... — Sentiu a gar­ganta apertada e precisou fazer uma pausa. — Todavia, amo mi­nha irmã. Ela só tem a mim. Não posso virar-lhe as costas, traindo sua confiança, esquecendo a promessa que lhe fiz. Não consigo mais imaginá-la em Chicago, com Carter e tia Lida, enquanto eu estou aqui, gozando todas as alegrias de uma vida familiar normal. 

Calou-se e baixou a cabeça para que ele não lhe visse as lá­grimas. 

— Mary tem o direito de estar aqui comigo. Sei que você não a aceitará, porque acredita que o lugar é perigoso para uma pessoa cega. Não posso mudar seu pensamento e você está na sua casa. 

— Nossa casa — ele corrigiu. 

— Mas a última palavra é sua, como chefe da família. Já to­mou sua decisão, de modo que a trarei para Hays e ficaremos juntas. 

— Vem pensando nisso há algum tempo, não? 

— Venho, sim — ela confessou, apertando a caneca nas mãos geladas. — Você se casou comigo para que Lyden não fosse um fardo para Cally. Se quiser, eu o levarei comigo. 

— Engraçado. Primeiro você faz de tudo para que eu aceite Lyden como filho, apesar das dúvidas sobre sua paternidade. De­pois, quer que eu me separe dele. 

— Estou querendo dizer que ficarei com Lyden porque gosto dele e também para manter o que lhe prometi, isto é, ser uma segunda mãe para ele. Pretendo trabalhar, talvez costurar, para garantir meu sustento e o de minha irmã. Você contribuiria, man­tendo Lyden. 

Seus olhos tornaram a se encontrar e mantiveram-se presos, pensativos e tristes. 

— Não, meu amor — Jared interrompeu o silêncio. — Não posso concordar com isso. 

— Não pode concordar com quê? 

— Com nada do que está me propondo. Não vou lhe empres­tar dinheiro, nem aceitarei a separação. Não abrirei mão de Lyden, nem de você. Tive duas oportunidades de entregá-lo a ou­tras pessoas: aos avós e à mãe. Não o fiz. Você estava certa so­bre meus sentimentos por ele. Eu o amava, embora não admitisse. Glenna, farei qualquer coisa para não perdê-la. 

— Mas me força a desistir de alguém que é tão importante pa­ra mim! Não, Jared. Não posso continuar aqui sem minha irmã. 

— Você é minha mulher! Mãe de Lyden! Seu lugar é aqui, onde todos nós a amamos. 

— E o lugar de Mary é junto de mim — ela insistiu, tentando controlar a raiva. — Talvez depois que estivermos estabelecidas em Hays você, vendo Mary com frequência, descubra que ela não é tão indefesa quanto parece. Vai reconhecer que a vida aqui não será mais difícil para minha irmã do que é para nós, só por ela ser cega. Quero apenas cem dólares, Jared. Para pagar a passagem de Mary e alugar uma casa. 

Ele saiu da mesa e levou a caneca para a pia. Depois, tirou o casaco de pele de carneiro do gancho atrás da porta e vestiu-o -A resposta é "não", Glenna. Enfie isso na sua cabeça.

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