segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Amantes e Inimigos - Lilian Peake

Título Original:
Strangers into Lovers
Copyright © by Lilian Peake

Protagonistas:
Randall West e Julia Taylor
Sinopse:

"Estou curado dos dois: da doença e de você!" 

As palavras de Randall ecoavam na mente de Júlia, torturando-a. Já tinha sido um choque vê-lo entrar na loja de seu noivo, quando o julgava morto. Mas descobrir que ele a odiava era doloroso demais. Como um fantasma surgindo do passado, Randall estava de volta para vingar-se de Júlia. Ela queria se atirar em seus braços e reviver os momentos de paixão. Queria dizer que ainda o amava e que só o abandonara, quatro anos atrás, porque fora obrigada. Mas confessar isso agora seria o mesmo que se entregar nas mãos do carrasco. E não era só a sua vida que estava em jogo. Havia Gary, o filho que Randall não poderia saber que tinha...


Resenha:

Péssimo, péssimo, péssimo! Eu acho que não me dou mesmo com esses florzinha, gente! Eu acho que é porque sou de outra época, aí quando leio esse florzinhas, acho de um abuso sem tamanho. Geralmente, as mocinhas são mais tapadas que o normal e se deixam pisar e humilhar de uma forma que eu não tenho estômago para lidar. Eu não sei como tive estômago para terminar este livro, onde o mocinho xinga a mocinha de cadela, torce o braço dela para machucar e ela continua implorando por ele, ainda o chama pelo apelido carinhoso. Ela disse que se ele se casasse com outra, aceitaria ser amante dele. SOS! Quando finalmente, eles fazem amor, ele trata ela pior do que a uma prostituta e ela lá, úmida por ele. Gente, eu queria bater nela. Ela não tinha um pingo de amor-próprio. Eu deveria ter sentido pena dela em algum momento, mas não consegui. Não mesmo. O cara tava noivo de outra, e ela noiva de outro, e ela vivia beijando o "mocinho" e achava que só era traição se fizesse sexo com ele. Esse noivo, também, sei la. Pegou os dois se beijando e tudo bem. Só teve coragem de terminar quando estava longe e por carta. Desnecessário também deixar para revelar o motivo de ela ter fugido dele na última página, já que foi um motivo bem ridículo. Livro horrível, com personagens estúpidos do começo ao fim. Odiei. 

Julia e Randall se conheceram e tiveram um relacionamento íntimo anos atrás, quando ele estava condenado a morte por uma doença que eles achavam que não tinha cura. De repente, ela foge dele grávida e ele acaba se curando sem ela saber. Anoa mais tarde, Randall a encontra, estando noivo de outra mulher e ela noiva de outro homem. Ele a humilha o tempo inteiro por achar que ela fugiu por medo de ser contaminada com a doença - creio que ela leucemia, mas no livro, não fala abertamente - maltrata ela, xinga, em alguns momentos, chega a machucá-la, mas ela lá, atrás dele, achando ele a última Coca do deserto, até que ele descobre sobre o filho e milagrosamente, ele a pede em casamento e ela aceita feliz.

Ponto Alto:

Obs: Na coluna Ponto Alto deste livro, excepcionalmente, não vou colocar as partes que mais gostei, como sempre faço, e sim, as que me parecerem mais absurdas.


— Vamos, diga logo que até Ernest está encantado com a sua noivinha e que estou prestes a perdê-lo! 
— Eu não ia dizer absolutamente nada, mas já que você mencionou... Não lhe ocorreu que talvez ele esteja tentando lhe provocar ciúme? 
— Mas antes de você entrar ele tinha acabado de dizer que eu não precisava ter ciúme. 
— E por isso beijava você? 
—- Pode ser. Ele me disse que queria provar o quanto gostava de mim! 
— E não lhe ocorreu também que ele pode ter se sentido enciumado? — Júlía sacudiu a cabeça, incrédula, mas Randall continuou: — Ele sabe sobre o nosso passado e isso pode ser altamente incômodo, não acha? Ele também está diante de um rival, não está? 
— Não seja convencido! 
— Esse tal de... Gary, para quem você correu na semana passada? Gary! Ela não pôde deixar de rir. Mas Randall não parecia divertido. 
— É um homem atraente? Deve ser, já que tem poder suficiente sobre você, para arrastá-la até ele a uma simples ordem. Estou certo? 
— Absolutamente certo. Ele é maravilhoso e precisa de mim. 
— Precisa de você? Raios! — Jogou longe a pilha de papéis que tinha na mão e a agarrou pelos ombros. — Sua vagabunda! 
Sacudiu-a com tanta força que seu cabelo louro se soltou e lhe caiu no rosto. Seu pescoço começou a doer, e sentiu as lagrimas brotarem. Ele não parecia ter a mínima consideração, e o único jeito de se libertar de suas garras foi deixar a corpo escorregar para o chão, feito uma criança birrenta. 
Mas ele a ergueu, apertando os lábios com raiva. 
— Você não é de ninguém, não é? Se eu a despisse aqui, agora, e a possuísse, não haveria nenhuma reclamação, não é assim? Aliás... já fiz isso várias vezes e você sabe que eu conheço o caminho. Não levantaria um único dedo para me impedir, não é? 
O rosto lívido e assustado de Júlia não o impressionou. Apertou-a ainda mais e puxou-a de encontro ao corpo. Aquele toque era provocador e despertava memórias adormecidas e amargas. Ela deitou a cabeça no ombro de Randall, mas ele a afastou, como se fosse repugnante.

***

— O que foi que você fez? — Abriu a gaveta da escrivaninha e tirou a carta de Gary. — Será que isso não quer dizer nada? 
— Você mexeu nas minhas coisas enquanto eu saí do escritório! 
— Era claro que você tinha algo a esconder. Eu a observei da porta e encontrei a prova. 
— Você é uma cobra, Randall. E não sei o que quer dizer com "prova". Não cometi nenhum crime. Apenas escrevi uma carta para uma... criança. 
— Uma criança de quem gosta demais. "Todo o amor da mamãe!" E espera que eu acredite que o menino é filho de Ernest e da primeira esposa? — Jogou a carta de lado e agarrou o braço de Júlia. Havia raiva em seus olhos. 
— Sim, eu espero que você acredite nisso. Por que é tão impossível que uma futura madrasta ame o enteado? Eu já disse que adoro crianças. 
— Então, vamos ver se podemos providenciar uma para você, está bem? 
— O que quer dizer? 
Ele ignorou a pergunta e apertou ainda mais o braço dela. Júlia dobrou-se de dor. 
— Você não é apenas trapaceira, é covarde e mentirosa! A criança é sua e de Ernest, como eu tinha pensado. 
Ele a segurava à distância, examinando-a de cima a baixo. 
— Vou lhe dar mais uma chance de contar a verdade. O menino é de Ernest com a esposa, ou seu e dele? 
Júlia cobriu o rosto com as mãos. Sabia que não podia colocar Emest na posição de ter que assumir e dizer uma mentira daquelas. Por outro lado, se continuasse a negar que Gary era dela e de Ernest, Randall chegaria fatalmente à conclusão correta. A idade era certa, a semelhança era enorme, o seu amor pela criança... tudo levaria ao óbvio... que a criança era dela e... dele! 
— Ele é meu e de Ernest — murmurou, e observou aqueles olhos azuis cheios de ódio. 
— Sua cadela, imoral e sem escrúpulos! Então, você destruiu um casamento por ter uma aventura com o marido e depois, descaradamente, teve a criança. E ainda está tentando... esconder sua transgressão atrás da cortina de fumaça de um divórcio! — Segurou o queixo de Júlia e apertou. — Você teve tudo fácil até agora, não foi? Teve um noivo devotado que é o pai de seu filho e que quer casar com você e dar um lar a essa criança, apesar de você ter destruído o casamento dele. Bem, as coisas vão mudar, meu ex-amor. E você vai ter o castigo que merece como traidora que sempre foi. 
— Não é bem assim, Rand. Eu gostaria de poder explicar, mas... 
— Seriam mais mentiras. Você me enganou e depois enganou Emest... 
Ele estava levando-a para fora do escritório. Ela tentou virar a cabeça e ver para onde iam, mas a força com que ele segurava seu rosto lhe despertava lágrimas. Não podia se mexer, mas não demorou a descobrir as intenções de Randall. 
Jogou-a sobre a cama e arrancou sua blusa. Júlia ficou paralisada de apreensão e desejo. Ele tirou seus jeans também, jogando-os no chão. 
Depois, Randall tirou o pulôver. A visão daquele corpo forte provocou um arrepio de prazer em Júlia. Era um peito forte e musculoso, e não havia nenhuma dúvida de que era vigoroso e. saudável. 
Quando ele abriu o cinto, ela teve um sobressalto. Não podia deixar que isso acontecesse! 
— Não, eu não vou deixar, Rand! Sou noiva de Ernest. Não vou traí-lo antes do nosso casamento. Deixe-me, por favor! Não entende? Não posso desonrá-lo. E você tem sua noiva... 
— Honra? O que sabe sobre honra? Ou honestidade? 
— Ernest vai me dar um lar, segurança e uma família para Gary... Randall ficou de pé ao lado da mesinha-de-cabeceira, estudando a foto do menino. Júlia prendeu a respiração. Será que ele reconhecia suas feições? 
Mas parecia que ele só conseguia enxergar outra semelhança. Atirou o porta-retrato no chão, destruindo a foto do próprio filho! Ela foi até lá e se ajoelhou. 
— Você o quebrou! Que coisa mais diabólica você fez! Randall arrastou-a de volta para a cama. 
— Você é que provocou. Eu a quero tanto quanto você me quer, e eu vou tê-la, minha querida, de corpo e alma. 
A boca de Randall esmagava a de Júlia, apesar de ela se debater, tentando se livrar. Um segundo depois, os dois rolavam pela cama, despidos. Aquela sensação a encheu de alegria, embora continuasse lutando, sabendo que tudo aquilo estava errado. Randall não a amava agora... se é que a havia amado no ano passado. 
— Randall, oh, Rand! Se soubesse, você entenderia... Não estrague as memórias, as lindas memórias. São tudo o que nos resta... 
— Lindas memórias... que você mesma destruiu, mentindo para mim sobre o seu relacionamento com Ernest e sobre a criança... 
Randall a agarrava com força e ela soluçava de dor. Sentia a pressão enorme do peito dele sobre seus seios. Ele era lento e suave, como se estivesse tirando a vida de dentro dela, mas mesmo assim Júlia delirava de prazer pelo contato íntimo com aquele corpo que amava agora tanto quanto no passado. 
Suas pernas se entrelaçaram, e ele beijou todo o corpo dela. Será que também se lembrava do que tiveram juntos? Ele eslava abandonando a luta de vingador e tornando-se um amante vibrante e ardoroso. Quando a possuiu, Júlia sentiu-se no paraíso. Nada mais importava, a não ser que estavam novamente nos braços um do outro, dando e recebendo amor. 
Depois que seus corpos se saciaram, Randall deitou a cabeça nos seios dela. 
Júlia pensou em Gary e soube, com tristeza, que nunca poderia levá-lo até Randall e dizer: "Pronto, querido, esse é seu pai". 
Quando a luz do dia banhou o quarto, Júlia sentiu que Randall ia deixá-la. Ele tocou sua mão e depois a beijou. Depois, as cobertas foram puxadas sobre ela. 
Acordou uma ou duas horas depois e estava sozinha. Apesar de já estar atrasada, ficou mais alguns minutos deitada, deliciando-se com aquela calma e tranquilidade. Quando pensou em Emest, sua consciência doeu. Se para tornar-se uma única pessoa junto ao homem que amava era ser infiel, então estava sendo infiel. Jurou a si mesma que aquilo nunca mais aconteceria.

***

Ele a levou até o carro, onde ficaram abraçados ternamente, no banco de trás. 
— Mas agora você tem June e... eu não terei mais Ernest. 
— Você está noiva dele. 
— Não estou mais. Ele escreveu de Nova York, dizendo que sabia que eu ainda amava você. Tinha percebido tudo... 
— Sei disso. Entrei em contato com Ernest em Nova York. Ele me disse que o noivado estava desfeito. E... você deve saber também, minha querida, que... durante aquelas tardes em que você trabalhava feito escrava para mim, ele se afeiçoou a Isabel e a pediu em casamento por telefone, através do Atlântico. Ela aceitou... 
— Isabel e Emest? Vão se dar muito bem juntos. São ótimas pessoas. 
Fico contente. 
— Você ainda o ama? 
— Nunca o amei. Gosto dele, mas como poderia amá-lo, se amava você? Quando se casar com June... serei sua amante se... você me quiser...

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