quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Laços de Sangue - Caitlin Crews

Título Original:
Protecting The Desert Heir
Copyright © 2015 by Caitlin Crews

Protagonistas:
Sheik Rihad Al Bakri e Sterling McRae

Sinopse: 

Grávida e fugitiva!

O poderoso sheik Rihad al Bakri quer que o bebê que Sterling McRae carrega no ventre seja criado como seu sucessor ao trono. A criança é filha de Omar, irmão de Rihad, e foi concebida para proteger um segredo. Com a morte de Omar, Sterling sabe que não há ninguém que possa impedir Rihad de conseguir o que deseja. Contudo, ele não contava que aquela bela e desafiadora mulher abalaria suas estruturas. E logo o seu autocontrole dá lugar a uma paixão avassaladora. Agora, Rihad sabe que para assegurar o futuro de seu reino, ele precisa conquistar o corpo e o coração de Sterling.


Resenha:

Sheik! Sheik! Sheik!

Fazia tempo que eu não lia um livro de sheik! E vocês sabem que eu amo, né? Se eu tivesse me esquecendo do porque eu amo sheiks, com certeza o Rihad me fez lembrar! Eu gamei nesse homem, gente! Que homem! Me deixou doida! Ele tem umas tiradas muito inteligentes, causando uns embates muito legais entre os dois. E ele é sério, é focado, é sensato e faz de tudo para cumprir o seu dever! É o meu número! Hahahahaha.. Claro que ele dá uns vacilos, principalmente no caso do irmão, mas quem não dá? Ninguém é perfeito. Eu adorei ele dizendo toda hora que ele é o rei, então se ele diz que é, é porque é! Mas ele consegue dizer isso sem parecer um macho escroto e arrogante. Ele é todo um gentleman... bem... quase. Quanto a Sterling - nossa, odiei esse nome - eu gostei bastante dela também. E coitada, se eu, aqui do outro lado das páginas, gamei no Rihad, que chance ela tinha? Nenhuma, né? Se você está procurando um livrinho despretensioso, sem grandes segredos escondidos até a última página, sem tensão, mas com muito tesão, esse é o livro! Hahahahaha.. Super indico!

Sterling viveu por mais de dez anos com Omar, irmão de Rihad que morreu em um trágico acidente e está grávida dele. Durante todo esse tempo, ela saiu nos tabloides como amante de Omar, mas eles guardavam um segredo que Rihad e sua família nem desconfiavam - mas nós, sim, né, porque não somos trouxas -. Com a morte de Omar e a iminência do nascimento do herdeiro do trono de Bakri, Rihad se vê obrigada a se casar com uma mulher que ele considera uma meretriz, para dar legitimidade a criança. Mas ele é duro na queda. Acho o máximo quando ela acha que ele vai forçá-la a consumar o matrimônio e ele diz na cara dela que não tem nenhum interesse. Mentira deslavada, mas eu gostei! hahahaha.. O caso é que com a proximidade, vai sendo difícil segurar o tes..., ops, a tensão e aí, o resto é história. Muitos créditos para Rihad.

Pontos Altos:

— É isso? — perguntou ela.
Ela desejou não ter falado nada quando ele se virou. Devagar. Ele estava particularmente bonito, usando seu robe cerimonial, com aquela expressão inescrutável no rosto. Lindo e terrível, e ela não fazia ideia do que fazer com nenhum dos dois.
Mas ela sabia que não era medo que fazia seu pulso acelerar.
— O que você esperava? — perguntou ele, suavemente, apesar do brilho escuro naqueles olhos dourados que a deixavam sem fôlego. — Uma recepção formal de casamento, talvez, para que você pudesse insultar os meus convidados e o meu povo com sua atitude ocidental grosseira? Repreendesse nossa cultura e nossas tradições como você gosta tanto de fazer? Envergonhar esta família e a mim ainda mais do que já envergonhou?
— Você não vai conseguir fazer com que me sinta culpada por uma situação que é toda culpa sua — disse ela, ignorando a ponta de vergonha que se manifestou dentro dela mesmo assim, como se ele tivesse razão.
Ele não tem razão. Ele magoou Omar, sequestrou você — mas ela ainda sentia aquilo dentro dela. Como se o seu próprio corpo tomasse o partido dele.
— Ou talvez você ache que devamos conversar sobre os direitos maritais. Você achou que eu insistiria? — Rihad aproximou-se, e Sterling prendeu a respiração, mas ele parou bem perto, seus olhos de ouro queimado fixos ao dela, e ainda assim parecendo uma carícia. — Odeio desapontá-la. Mas tenho coisas muito melhores para fazer do que me forçar a dormir com a...
Sterling não o ouvira chamá-la de prostituta no dia do casamento deles. Ele chegara bem perto no terraço. Mas não dissera explicitamente. E ela nem queria se perguntar o porquê disso. O que isso significava.
— Não se prenda por minha causa — disse ela antes que ele pudesse falar. — Estarei bem aqui. Odiando você. Casada com você. Presa a você. Isso não parece agradável?
— Isso me parece a vida normal da maioria dos casais no mundo — replicou ele, e riu. Sterling sabia que uma mulher esperta retrocederia. Encontraria um terreno mais seguro, não se importando se parecesse que estava recuando. Mas ela, claro, se manteve firme. — Mas não tem nada de normal nisso, tem?

E algo, então, mudou. O ar. A luz que entrava pelas janelas. Ou, ainda mais desconcertante, aquela coisa elétrica que ela se esforçava tanto para fingir que não estava sentindo entre eles. Ficou tenso. Brilhava ali no fascinante olhar dele, ouro escuro e intoxicante.

* * *

— Por que você está chorando? — perguntou Rihad, num tom quase gentil, diferente de tudo que ela já escutara dele, o que deveria ter feito soar um alarme dentro dela, caso tivesse espaço para processar essas coisas. — Aconteceu alguma coisa? 
— Você está aqui para cantar vitória? — perguntou ela com lágrimas escorrendo pelo seu rosto sem que as enxugasse, pois estava com os braços ocupados com o bebê e a mamadeira, cheia de autocrítica e arrependimento. — Para me xingar? Comentar o estado deplorável em que estou? Dizer que sou um vazamento tóxico, como você previra? 
E, então, ela ficou chocada quando o poderoso rei de Bakri simplesmente estendeu o braço e pegou a bebê de seu colo com uma confiança que sugeria que ele já fizera isso muito mais vezes do que Sterling. Ele segurou Leyla em seu braço e a mamadeira na outra mão de forma tão competente quanto qualquer uma das enfermeiras que passaram por ali nas últimas semanas. Ele recostou na lateral da cama alta, colocou a mamadeira na boquinha de Leyla e fixou seu olhar arrogante em Sterling assim que a bebê voltou a sugar entusiasmadamente. 
— De que você acha que eu posso xingá-la? — perguntou ele. — Você tem novos xingamentos em mente ou os velhos servem? Você parece lembrar tão bem deles... 
Sterling puxou suas pernas para cima, abraçou seus joelhos, usando o mesmo pijama feio e sem forma que vinha usando há muito tempo e sentiu culpa, tristeza e desprezo por si mesma. 
— Egoísta, fútil, não sei. — Nada do que ele pudesse chamá-la era pior do que as palavras que ela mesma estava usando para se xingar. — Se eu fosse uma mulher de verdade, mãe de verdade, eu deveria ser capaz de fazer a coisa mais natural do mundo, não? 
— Dar à luz? — Ele soou completamente sem emoção, e talvez tenha sido por isso que ela conseguiu falar a respeito. O médico era tão compreensivo que fazia com que Sterling quisesse gritar depois de se jogar no chão. Não queria compreensão. Queria saber por quê. Queria saber exatamente o quanto aquilo era culpa sua e precisamente o quão certos estavam seus pais adotivos quando lhe disseram que ela não era digna de uma família de verdade. — Acho que você já fez isso, e muito bem, se é que este bebê é alguma indicação. 
Sterling esfregou as mãos no rosto, surpresa por ver que estava tremendo. 
— Essa parte foi fácil. 
— Nunca fiz, posso garantir. — A voz dele era tão árida que fez com que as lágrimas dela secassem. — Mas, pelo que eu escuto falar, dar à luz pode ser muitas coisas, mas fácil não é uma delas. 
— Havia uma ala inteira do hospital cheia de médicos e enfermeiras me dizendo o que fazer. Eles poderiam ter me colocado para dormir e feito tudo sem a minha ajuda. — Ela sabia que estava sendo ridícula, mas isso não mudava a forma como estava se sentindo. O que ela sabia. Ela dissera a Omar que não poderia fazer isso, muito menos sem ele, e ali estava a prova. — Isso é o que eu precisava fazer, sozinha. É isto que eu deveria fazer e não consigo. 
Ele não respondeu, sua atenção estava voltada para o bebê em seus braços, o bebê que parecia ser dele, ela percebeu assustada. A mesma pele morena, os mesmos olhos impenetráveis. É claro que um filho de Omar pareceria com Rihad também. Por que ela não esperara a semelhança de família? Outra coisa a assustou, mas ela não conseguia definir já que estava tão misturada como aquela tempestade dentro dela. 
— No mínimo — ela se forçou a dizer, se não começaria a soluçar –, sou exatamente a piranha inútil e egoísta que você já acha que sou. 
— O que eu acho — disse Rihad depois que as palavras dela encheram o quarto e ficaram pendendo no ar, como se fosse verdades sufocantes — é que seria profundamente egoísta continuar tentando fazer uma coisa que não está funcionando, contra os conselhos médicos, quando o único objetivo aqui é alimentar a criança. Não importa como. 
— Mas todo mundo sabe... — começou ela, quase com raiva, porque ela queria acreditar nele mais do que já quisera acreditar em qualquer outra coisa, mas, ainda assim, não conseguia se perdoar. Simplesmente não conseguia. 
Eles disseram a ela tantos anos atrás que não era digna. Era inútil. Sempre suspeitara que eles estavam certos. 
— Eu mamei exclusivamente na mamadeira, assim como Omar — contou Rihad, de forma inexorável, as sobrancelhas levantadas como em um tipo de desafio real. — Nossa mãe nunca teve a intenção de amamentar nenhum de nós dois. Nunca quis. E ninguém nunca ousou sugerir que a Rainha de Bakri era menos mulher por isso, posso lhe garantir. Além disso, parece que eu sobrevivi bem. — A voz dele ainda era seca, e, como ela apenas o fitou, com as lágrimas virando sal em suas bochechas, ele riu. — Você preferia Omar, eu sei. Mas ele também era produto da mamadeira. 
Sterling soltou um suspiro longo e lento que saiu trêmulo, como se ele tivesse tirado um peso muito maior dos seus braços do que simplesmente o bebê, quando ele entrou ali e tirou todo o peso dela pela primeira vez em semanas. Talvez por isso ela não tivesse se policiado como deveria. Isso e o peso da culpa, do medo e da preocupação de que havia alguma coisa errada, alguma coisa estragada que arruinaria a sua filha também. 
— Eu quero ser uma boa mãe — sussurrou ela desesperadamente, como se aquele homem fosse o seu padre. Como se ele realmente fosse tão digno de confiança quanto parecia naquele momento. — Eu tenho que ser uma boa mãe para ela. 
Por causa de Omar, sim. Porque devia isso a ele. Mas era mais do que isso agora. Era também porque sua própria mãe fora tão inútil, tão indigna da tarefa de ter um filho. Porque Sterling um dia fora uma bebê chamada Rosanna, que ninguém queria. 
E porque tudo mudara. 
Ela fora forçada a ir para o outro lado do mundo e a se casar com o último homem que gostaria de conhecer, muitos menos se casar. Mas então ela dera à luz àquela capetinha minúscula, com rosto furioso e olhos estrangeiros, com aquela cabecinha frágil coberta de cachos escuros, e tudo simplesmente... mudara. 
Ela se sentia duas vezes maior por dentro do que poderia ser por fora, totalmente modificada por um tipo de luz gloriosa que ela não sabia que existia. Amor, talvez. Esperança. Ambos. 
Como se janelas que ela não sabia existir dentro dela tivessem sido abertas, e nada além da luz do sol entrasse. 
E ela soubera no instante em que sentira a pele do bebê contra a sua pele que precisava ser uma boa mãe para essa menininha. Sua filha. Independente do que isso significasse. A qualquer custo. 
Seus olhos encontraram os de Rihad, então, por cima da cabecinha de Leyla e das bochechas macias. Este homem que a detestava, que nunca achara que ela passava de uma prostituta, e dizia isso, levantou a sobrancelha ainda mais, como se surpreso por ela ainda ter alguma dúvida depois de ele ter dado a sua opinião sobre o assunto. 
— Você é uma boa mãe — afirmou ele. 
Soou como um dos decretos reais dele. E Sterling queria acreditar naquilo também. Ah, como ela queria acreditar. 
— Você não pode ter certeza — argumentou ela, levando a mão ao peito para esfregar aquela dor que ela não compreendia, exatamente no lugar onde a cabecinha de Leyla encostara pela primeira vez. Ela fez uma cara feia para ele porque era mais fácil. — E o fato de eu não conseguir amamentar a minha própria filha certamente sugere o contrário. 
— Essa é a grande beleza de se viver na monarquia, Sterling. — Os lábios dele viraram, em qualquer outra pessoa ela teria achado que era o começo de um sorriso, ou mesmo de uma risada, mas não em Rihad. — A única opinião sobre um assunto, qualquer assunto, que importa é a minha. Você não fica aliviada? Se eu digo que você é uma excelente mãe, não é apenas um elogio social que estou fazendo à minha nova esposa em uma tarde qualquer. É um decreto, quase uma lei.

* * *

— Você entende que isso é um problema, não entende? — perguntou ele, ainda usando aquele tom de voz brando, embora ela tivesse começando a ver que havia outras verdades naquele brilho duro no olhar dele, na forma tensa como aquele corpo de dar água na boca se posicionava na cadeira em um daqueles ternos escuros dele que algum talentoso alfaiate fizera a mão para cobrir perfeitamente cada planície, cada músculo. Cada centímetro da masculinidade sensual que emanava dele era uma ameaça, tornando as coisas piores por causa das armadilhas da luxúria. 
— Isso é um tabloide — disse ela, não dando importância, porque ela podia perceber aquela ameaça, mas, por alguma razão, isso não a assustava. Pelo contrário. — É o trabalho deles criar problemas. É nosso dever ignorá-los. 
— Normalmente, eu concordaria com você — disse Rihad, sendo tão razoável que ela quase assentiu, quase foi levada pelo tom dele apesar da forma como seu pulso estava acelerado nas veias. — Mas esta é uma situação delicada. 
Ele o interpretou mal deliberadamente, empurrando o tablet de volta para ele e voltando sua atenção a seleção de frutas e iogurte grosso, doces folhados e café forte, como se fosse a coisa mais importante em que ela poderia se concentrar naquele momento: seu café da manhã. E daí que ela não estava com fome? 
— Isso não passa de besteiras de tabloides — comentou ela, com o máximo de calma que pôde. — Sinto dizer que não há nada de delicado sobre isso. Eles gostam de cutucar as coisas até que quebrem, depois dizem que já estavam quebradas o tempo todo. Mas você, certamente, sabe disso. 
Ele não falou por um momento e ela tentou fingir que isso não a atingia, mas chegou um momento em que ela não aguentou mais e levantou o olhar de novo, e encontrou Rihad fitando-a atentamente com um olhar estreito, como se tentasse decifrá-la. 
Ela engoliu seco, e não sabia dizer se era porque queria manter seus segredos escondidos dele ou se queria expor todos a ele em um gesto tão suicida que a teria deixado traumatizada só de imaginar. Ainda assim, não deixou. 
— O mundo inteiro sabe que Leyla é filha de Omar e não minha, não importa que seja o meu nome escrito na certidão de nascimento dela — declarou ele, após um momento, quando ela já estava começando a achar que iria simplesmente se abrir. 
— Eu sabia que você colocou o seu nome na certidão de nascimento dela? — perguntou Sterling, chocada e surpresa com essa pequena revelação. — Acho que não. 
Ela se lembrava do olhar sombrio de impaciência dele, embora já não o visse há um tempo. Isso tornava tudo ainda mais eficaz hoje. 
— Exatamente que tipo de legitimidade você imaginava que eu daria à sua filha me casando com você? 
— Achei que daquele tipo em que não apagaríamos Omar completamente da vida da nossa filha. — Ela estendeu o braço e endireitou a ponta do cobertor que caía pela lateral do carrinho, embora Leyla ainda estivesse dormindo profundamente e nada precisasse ser arrumado. 
— É uma manobra legal, nada mais — disse Rihad, o tom de voz mais duro do que há meses, mas esse não podia ser o motivo do aperto em seu peito. Ela não deveria se importar. — Mas você chegou aonde eu queria. Omar não foi apagado de nenhuma forma significativa. Todo mundo sabe quem é o pai de Leyla. O lugar dela deve ser assegurado no papel e nas cortes, mas aos olhos do povo de Bakri e, mais importante, nossos inimigos, a legitimidade dela deve vir de nós. 
— Nós? 
— Nós. Eu, o rei, e você, a minha nova e tão controversa rainha. 
Ela se esquivou daquele termo, fazendo uma cara feia para ele. 
— Não gosto dessa palavra. 
— Qual palavra? — A voz dele soou tão fria. Tão sombria e convincente. — Nós? Controversa? 
— Rainha. — Ela franziu mais a testa. — É ridículo. Não combina com a situação de forma alguma. 
Ela queria dizer que não combinava a ela, um lixo usando uma coroa que não merecia, e Sterling tinha a estranha sensação de que ele sabia exatamente o que ela queria dizer. O olhar de ouro escuro quase queimou os seus. 
— Ainda assim, é o seu título, dado a você com toda a deferência devida dois meses atrás, quando você se casou com o Rei de Bakri, que no caso sou eu, caso você não esteja acompanhando a conversa, de boa vontade ou não.

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