sexta-feira, 25 de maio de 2018

Uma Vez Mais - Kim Lawrence

Título Original:
Santiago´s Love-Child
Copyright © 2005 by Kim Lawrence

Protagonistas:
Santiago Morais e Lily Greer

Sinopse:

Santiago Morais é forte, orgulhoso e passional, tudo o que o traiçoeiro marido de Lily não era. E é nos braços do delicioso espanhol que ela despertará e descobrirá que não é a mulher fria que pensava ser. Mas uma descoberta chocante convence Santiago de que ela o está traindo, e ele a abandona, sem saber que é o pai do bebê que Lily carrega em seu ventre. Será que ela terá de enfrentar a maternidade sozinha?


Resenha:

Acho que pela primeira vez, pego um espanhol que não é ogro. Mentira! Tem o César-Amor-Da-Minha-Vida-Montarez, de Amor Por Conveniência, da Jane Porter que teve seu momentinho ogro, mas foi só um momentinho mesmo, porque no restante do tempo, ele estava ocupado me deixando apaixonada. Hahahaha.. mas vamos falar do Santiago. Santiago é tão fofo, gente! Tá certo que não é perfeito. Teve seus tropeços e tal, mas na maior parte do tempo, ele foi um fofo com a Lily. O problema é que ela estava tão perdida em sua dor que não podia perceber. A Lily passou por um trauma enorme e por isso, ela é um pouco arredia, arisca. As vezes, a gente até se irrita com ela, mas no fundo a gente consegue entender. Teve momentos que eu tive vontade de abraçá-la e sério, acho que pela primeira vez, achei um mocinho "sufocante", mas de certo modo bom. Ele se sentia culpado pelo que aconteceu com ela e queria compensá-la. Por vezes, ele era inclusive invasivo de tão "atencioso". Isso estava irritando a Lily e a mim. Mas como reclamar de atenção? A maioria dos mocinhos são ogros, brutamontes que custam a se preocupar verdadeiramente com os sentimentos das mocinhas antes do livro acabar. Ver o Santiago arrasado, com lágrimas nos olhos pelo que aconteceu com a Lily e de certa forma, com ele mesmo, chega a ser um bálsamo. A única coisa que eu tenho a reclamar desse livro, é que em alguns momentos, achei os diálogos confusos. Estavam falando de uma coisa e de repente já de outra, e a gente fica mega confusa. Eu não sei se foi culpa da tradução ou da edição, poque certamente a Kim não escreveu nada assim. Dei 3 estrelinhas porque isso tornou o livro um pouco cansativo na compreensão.

Lily é casada, mas foi abandonada pelo marido em plena "segunda lua de mel". No resort em que está sozinha, encanta e se encanta com seu  dono. Santiago fica totalmente encantado com Lily, a quem presume ser viúva, já que fez reserva com o marido e foi sozinha e parecia bem triste. Cedendo a tentação, eles acabam se envolvendo apaixonadamente, mas ele descobre que seu marido está vivo e a expulsa. Vamos combinar que mesmo ele achando ela era viúva e ela deixando ele acreditar nisso, ele também não respeitou nem um pouco o suposto "luto" de Lily. Ele a viu, ele a quis e ele a conquistou. Tempos depois, os dois se reencontram de forma inusitada. Santiago descobre que agora ela está divorciada e acha que a história merece um desfecho para seguir finalmente com sua vida, sem pensar nela, porém, claro, não é isso que acontece. O livro seria ótimo de ler se não fosse essa já mencionada confusão nos diálogos. Eu adoro os livros da Kim Lawrence e considerei isso um desrespeito da editora.

Ponto Alto:

"— G-Gordon? 
— Lily... Deus! Que surpresa!
 — É mesmo — concordou ela. Lily se perguntava se parecia tão incomodada quanto ele. Provavelmente. 
— O que você está fazendo aqui? Boa pergunta, pensou Lily. O que eu estou fazendo aqui? 
— Como esta é uma clínica ginecológica, não deveria ser eu a fazer esta pergunta? 
— Certo, bem, se é um assunto particular... 
— É. Gordon pareceu momentaneamente surpreso e então deu uma olhada para a porta fechada da sala de espera. 
— Eu estou aqui com a Olivia. 
— Achei que era por isso.
Ela está grávida.
 — Parabéns — disse Lily. 
Gordon franziu a testa, como se aquela reação calma o tivesse surpreendido. 
— Nós dois estamos felizes com isso. Será que Lily ouviu um quê de desculpa na voz dele? Ela percebeu que não se importava o suficiente para falar a respeito. Gordon perdera o poder de magoá-la há muito tempo. 
— Sei que estão. 
— Nós nunca tivemos muito o que conversar, pensou, no silêncio incômodo que pairou obre a sala. — Você me parece bem. Deve estar feliz com a nova vida. 
— É ótimo — entusiasmou-se Gordon. — Sinto que sou um novo homem. E você está... —A resposta mecânica desapareceu assim que os olhos dele examinaram o corpo de Lily. — Que coisa, Lily, você está maravilhosa — disse, soando comicamente pasmado. — Magra. O contraste entre a reação de Santiago e a do ex-marido em relação ao novo corpo fez com que Lily sorrisse. Para Gordon, ser casado com uma mulher cheia de curvas deveria ter sido um inferno. Agora ele tinha o que sempre desejara: uma mulher magra. Lily teve certeza de que Olivia receberia um bocado de estímulo, depois que o bebê nascesse, para voltar à velha forma. 
— Um pouco magra demais? Gordon parecia perplexo diante daquela sugestão. 
— Não. Combina com você. Suponho que depois... Fiquei sabendo do seu aborto. Lily ficou paralisada. Mas Gordon, que nunca foi um homem muito perceptivo, não percebeu a angústia na postura rígida dela e ainda acrescentou, com um sorriso feliz: — Bem, mas espero que tenha sido o melhor. Como, tenho certeza, você percebeu. 
— O melhor? 
— Bem, presumo que você não pretendia engravidar, mas acidentes acontecem — afirmou. — Eu deveria saber — acrescentou, baixinho. — Eu disse para a Olivia na ocasião que foi bom você ter decidido continuar com a gravidez. Muita gente, naquelas circunstâncias, teria se livrado daquilo. 
— Aquilo...? 
— Bem, estou presumindo que o pai não queria saber... — Já que o rosto sério de Lily não parecia lhe dar nenhuma informação, Gordon deu de ombros. — Vou ser sincero. Quando soube, fiquei surpreso. Um casinho à toa não era do feitio da Lily que eu conheci — disse, até onde ela podia perceber, sem nenhuma ironia. —Acho que você estava tentando se recuperar da separação. 
— Aconteceu antes de nos separarmos. — Gordon arregalou os olhos. 
— Você me traiu? — Balbuciou ele, visivelmente chocado. — Meu Deus, Lily, como você pôde? Ela estava totalmente preparada para assumir a responsabilidade e responder por seus atos, mas não iria ouvir uma lição de moral vinda de um marido infiel como Gordon. 
— Você não escolhe se apaixonar. Mas acho que você sabe muito bem disso, não é? Eles se encararam, e Gordon ficou todo vermelho. 
— Você deve me achar um hipócrita. Lily fez um silêncio que falava por si. — Não fui um marido perfeito. Eu admito. Mas queira você ou não, é diferente para os homens. E nós sabemos que uma criança precisa de um ambiente familiar estável e de pai e mãe. Eu sei que você não podia se dar ao luxo de ficar em casa ou de pagar uma creche decente... Por sinal, ouvi dizer que os corretores têm um comprador disposto a pagar o que queremos pela casa...
— Fale com meu advogado — respondeu Lily automaticamente. — E a criança teria a mim. Foi então que um homem surgiu na porta. Ao perceber que o sujeito com quem Lily conversava era seu ex-marido, ele decidiu não entrar na sala. 
— Tenho certeza de que você teria feito seu melhor — disse Gordon. 
Por Deus, o que Lily vira nele? Perguntou-se Santiago. Não havia desculpas. O homem era, recorrendo a um eufemismo, um fracassado total. Santiago sabia que o amor não era uma ciência exata, mas o que ele viu o convencera de que aquele ser triste não tinha nada de valor, a não ser um rosto bonito. Provavelmente um rosto do qual Lily gostara... E talvez ainda goste... Era um gosto que Santiago percebeu não ser capaz de encarar sem ter de se recompor primeiro. Os punhos dele se fecharam quando ele lutou contra o impulso de fazê-lo. 
— Poderia chegar o dia em que o bebê desejaria conhecer o pai. E o que você lhe diria? Não. Com certeza o que aconteceu foi o melhor. 
Lily ficou tonta de raiva. Como alguém podia sugerir que perder um bebê que ela tanto queria era "o melhor"?... Bem, ela não poderia deixar passar. A ironia era que esta era a idéia que Gordon fazia de compaixão. Como eu pude pensar em passar o resto da minha vida com esse otário? 
Lily se levantou e percebeu que estava tremendo com as mãos entrelaçadas sobre o peito, ela respirou fundo. Santiago, que começara a entrar na sala, parou assim que Lily começou a falar. 
— Eu teria dito ao meu filho que ele era querido e amado... - A voz trêmula ganhou firmeza e Lily acrescentou mais alto: — Eu teria dito ao meu filho que o pai dele era mais homem do que você jamais seria. - Ela ficou em silêncio e limpou furiosamente as lágrimas que caiam pelo rosto. Gordon, que não gostava de choro, desviou o olhar. 
— Bem, eu realmente não acho que ataques pessoais sejam necessários. E se este homem é tão bom assim, onde está ele agora? 
— Ele está bem aqui."

***

"— Ela é sua amante? — perguntou Angel. 
— Não. 
— Calma. Só estou perguntando. 
— Se eu não sou sua amante, o que eu sou? — perguntou Lily. 
Antes que pudesse responder, Patrícia deu um gritinho.
— Deus, eu sei quem você é. 
Que bom que alguém sabe, pensou Lily. 
— Você é a garota com a qual Santiago me disse que vai se casar. Há um ano... Em agosto! Era meu aniversário — lembrou-se. — Por isso eu me lembro tão bem da data. Você ligou, Santiago. Era depois da meia-noite e você disse que não iria à minha festa de aniversário porque conheceu esta moça com quem iria se casar. Eu achei que você estava bêbado... 
— Casar... ? — Lily, com a testa franzida, balançava a cabeça. 
— É ela, não é? 
— Você disse para a sua mãe que iria se casar comigo há um ano? Não, deve haver algum engano. 
— Por quê? — perguntou Santiago. 
Lily olhou para ele, que estava com as duas mãos sobre a cabeça. 
— Porque nós nos conhecemos em agosto. 
— E quanto tempo leva para alguém se apaixonar? 
À distância, Lily ouviu Angel dizer: 
— Isso é tão romântico. 
Lily, cujo coração estava saindo pela boca, ficou olhando para o chão. 
— Você não é apaixonado por mim — disse, de uma maneira propositadamente contraditória. 
— Você está me dizendo ou perguntando? Ela se virou e viu de relance o próprio reflexo no espelho. A luz era impiedosa e Lily se percebeu desesperadamente pálida. 
— Não sei o que estou fazendo. Não sei o que estou dizendo — confessou ela, franca. Só quando percebeu que não sabia de nada, se lembrou de algo que sabia. Na verdade, parecia a única coisa constante naquela vida turbulenta. 
— Eu o amo. Disso eu sei. 
Ela ficou olhando para o chão, escutando os passos de Santiago sobre o mármore. O leve contato da coxa dele contra o corpo lhe causou um calafrio. Quando ele pôs as mãos nos ombros delicados, elas pareciam pesadas. 
— Você me ama... 
Ela ergueu os olhos. 
— Quando a vi pela primeira vez... 
Lily o encorajou com um meneio de cabeça. 
— No restaurante aquela noite — estimulou. 
— Não. Antes, em Baeza. 
— Baeza! 
— Você estava sentada no café bebendo vinho. 
— Você me viu lá? 
Ele fez que sim. 
— Você estava usando aquele vestido esvoaçante branco. Seu cabelo estava preso atrás. Você parecia um anjo triste e sensual — lembrou-se Santiago, enfiando os dedos na maciez do cabelo de Lily e a beijando longa e fortemente. Ele ficou ali, esfregando o nariz no rosto dela, o hálito quente. Ela não se mexeu; não queria que aquele momento mágico terminasse. Uma parte dela estava com um pouco de medo de acordar e descobrir que era tudo um sonho."

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