segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Aliança Eterna - Julia James

Título Original:
Royally Bedded, Regally Wedded
Copyright © by Julia James

Protagonistas:
Rico Ceraldi e Lizzy Mitchell

Sinopse:

De mãe solteira a noiva do príncipe

Lizzy Mitchell tem algo que o príncipe Rico Ceraldi quer: é mãe adotiva do jovem herdeiro ao trono de San Lucenzo, o principado no mediterrâneo de Rico! 

Lizzy fará qualquer coisa pelo filho! Quando Rico a pede em casamento - um casamento de conveniência - ela aceita. Será apenas uma união no papel, pois Rico a considera comum demais. Mas um casamento real significa preparativos reais ... e então Rico decide ter uma noite de paixão com sua noiva.


Resenha:

Então.. Eu nem preciso dizer, que apesar de um ou dois livros que não se enquadraram, a Julia James é uma das minhas divas escritoras! Amoooo de paixão os livros dela! Sempre com seus heróis fofos e apaixonados e o Rico não poderia ser diferente! Ele é demais! Decidi ler este livro, depois de algumas resenhas muito positivas no Skoob e não me arrependi, em absoluto. Apesar do romance, de certo modo, demorar um pouco a acontecer, você nem percebe, de tão boa que é a leitura. Lizzy, na verdade, é um Patinho Feio e está aí, outra temática que amoooo, haja vista minha paixão por Betty, a feia. kkkkkkkkk.. Eu o marquei como perfeito, porque, depois daquele final, eu não podia marcar outra coisa! SUPER RECOMENDO!

Lizzy cria. durante quatro anos, o filho da irmã que morreu num acidente de carro, juntamente com o pai do bebê, que ela nunca soube a identidade. Depois de todos esses anos, aparece em sua porta, Rico, um príncipe de um principado italiano, "reclamando" seu sobrinho e dizendo que o menino era um pequeno príncipe. Tramóias a parte e a única solução encontrada por ele para "salvar" seu sobrinho e a "mãe" dele, seria se casando com ela. Créditos MIL para o príncipe Rico e seu jeito fofo de ser. Amei!

Ponto Alto:


Ben olhava o comprido terraço para onde os quar­tos se abriam. De repente, a expressão do rostinho mudou.
— Mamãe!
Largou o pincel e afastou a cadeira.
Rico levantou a cabeça e ficou paralisado.

BEN corria ao seu encontro no terraço quando ela saiu desconfiada do quarto.
— Mamãe, você demorou muito! Estamos cons­truindo um forte, eu e tio Rico. Os soldados são cava­leiros com armaduras. Vão chegar amanhã, numa van especial. Ganhei de presente porque me comportei bem. E estamos fazendo um forte para eles. Venha ver.
Ele a pegou pela mão e começou a puxá-la. Ela de­sequilibrou-se, insegura nas sandálias que apesar de terem saltos baixos consistiam apenas em duas mi­núsculas tiras de couro.
— Venha mamãe — repetiu Ben, impaciente com a lentidão.
Mas a última coisa que Lizzy queria era ir para onde ele a conduzia.
Rumo à mesa do terraço, rumo ao homem, a Rico que estava sentado, imóvel.
Seu rosto não tinha expressão.
O coração de Lizzy começou a palpitar agitado. Sentia-se mal.
Ai meu Deus, tanto trabalho, tanto tempo e que de­sastre — posso ler no rosto dele. Estou horrorosa.
Tinha levado tanto tempo — horas e horas. E fize­ram tanta coisa nela. De cima abaixo. Havia muito fa­latório, agitação e nervosismo e ela apenas deixara que eles cuidassem de tudo. Os tratamentos não para­vam, um atrás do outro. Besuntavam-lhe o corpo, o rosto, depois tiravam, um monte de vezes. Lavaram-lhe os cabelos e colocaram mais coisa neles e deixa­ram e lavaram e colocaram mais coisa. Enquanto isso, apareceram pinças, esmaltes, alicates de cutícu­las, ceras quentes e mais faixas e cremes no corpo. Almoçou no quarto com o rosto e cabelos cobertos e o corpo numa espécie de camisola fina. E enquanto comia, outro exército de pessoas em seu quarto mos­trava diferentes roupas, tiradas de um trio de araras com tantas outras que ela simplesmente perdeu a conta.
— Por favor — murmurou, com voz débil —, o que acharem melhor.
E finalmente a última das faixas do corpo e os ro­los dos cabelos foram retirados e tinham-lhe feito uma escova — como se rolos e escova fossem melhorar os cabelos encaracolados. Então uma nova esteti­cista aparecera, munida com uma enormidade de maquiagem antes de finalmente poder levantar-se e ex­perimentarem uma roupa atrás da outra nela. Todos comentavam, substituíam-na por outra e o processo repetia-se.
Até escolherem uma, o penteado e a maquiagem precisaram ser retocados e ela foi gentil, e então in­sistentemente conduzida em direção ao terraço.
Não fazia idéia de como estava. Podia ver que as unhas estavam pintadas de uma cor coral ou pêssego e as mãos macias. O cabelo parecia diferente — mais leve. Como se balançassem enquanto andava em vez de ficarem imóveis como de hábito. Quanto às rou­pas, podia vê-las: usava um vestido colorido, cor de canela, com um corpete apertado e mangas curtas, um cinto estreito na cintura e uma saia flutuando como seda em torno das pernas.
Mas não se vira no espelho. Ninguém perguntara se queria um e ela não tivera coragem para pedir. Adiando o terrível momento.
Mas agora que chegara, queria sumir.
Oh! Para que tudo isso?
Devia estar ridícula, absurda, vestida desse jeito, toda produzida. Tudo que aquelas roupas podiam fa­zer era acentuar a sua falta de atrativos, pensou.
Um constrangimento terrível a dominava. Por que deixara que fizessem aquilo com ela? Devia ter per­manecido do jeito que era, aceitar-se.
A irmã feia que, apesar de produzida para um baile, com roupas maravilhosas, continuava sendo a mesma.
A seu lado, Ben conversava enquanto ela andava devagar, super-humilhada, em direção a Rico, imó­vel, debaixo do guarda-sol na mesa do terraço.
Os olhos dirigiram-se a ele, com temor, e sentiu a familiar indisposição.
Ele usava short e uma camiseta branca justa e a observava aproximar-se sem nenhuma expressão no rosto.
Afastou o olhar dele quando sentiu ruborizar-se tímida. Queria virar-se e correr, esconder-se na segu­rança do quarto para sempre e nunca mais sair.
Chegou à mesa.
Diga algo. Qualquer coisa.
Engoliu em seco.
— Oh! Ben, que forte incrível! — A voz parecia alta demais, superficial e vinda de quilômetros de distância.
— Eu e tio Rico fizemos. Tem duas torres e uma ponte. Olha, mamãe, tem uma ponte levadiça que sobe e desce. Tio Rico fez funcionar. Olha, vou mos­trar...
Forçou-se a olhar quando Ben puxou uma cordinha que operava a ponte.
— Incrível — disse com voz estrangulada. Tenho que olhar para ele, preciso.
Foi a coisa mais difícil a fazer, mas fez. Virou a cabeça para encará-lo de frente. Olhar de frente aquele rosto totalmente inexpressivo.
— Que forte fantástico! — disse com voz inaudível Ele respondeu em italiano:
— Non credo...
Engoliu em seco, o estômago revirando-se. O que ele não acreditava? Que todo aquele tempo e esforço tinham sido em vão?
O mal-estar aumentou.
Ben ainda falava e ela tentou escutar, mas era impossível. Algo sobre onde ficariam os novos cavaleiros, quais ficariam dentro do castelo e quais o ataca­riam.
À frente, ainda imóvel, Rico apenas a olhava, sem a mais leve expressão no rosto.
Estava chocado, ele percebeu. Um choque tão pro­fundo que o cérebro ainda tentava assimilar o que os olhos mostravam.
Não era possível o que estava vendo. Não era.
Não podia ser a mesma mulher. Simplesmente não podia.
Impossível. Fisicamente impossível. Definitivamente não era a mulher que ele vira pela manhã.
Dio — de onde surgira aquele corpo. Aquele corpo fantástico, maravilhoso, tentador. Uma bella figura absolutamente perfeita. Com uma cintura fina que acentuava os quadris arredondados e um... engo­liu em seco... um par de seios tão protuberantes, tão estimulantes, tão maravilhosamente moldados pelo tecido que os cobria que ele só queria...
Sentiu a reação do corpo. Não podia parar. Estava ali, urgente, irrepreensível, incontrolável. Uma com­pleta e total insistência para deixá-lo saber exata-mente como se sentia a respeito do que os olhos viam.
Com um esforço de que não se sabia capaz, forçou o olhar para cima, o que em nada o ajudou.
A reação foi exatamente a mesma.
O rosto combinava com o corpo.
Era o cabelo. O que diabos acontecera com seu ca­belo? O ondulado tinha sumido. Como se nunca ti­vesse existido. Em seu lugar, tingidos num castanho vibrante, fios lisos, sedosos desciam-lhe pelo rosto até os ombros, numa cascata brilhante.
Quanto ao rosto...
Como não tinha visto? Voltou a surpreender-se Sobrancelhas delicadamente arqueadas acima de olhos profundos, luminosos, com cílios longos, ma­çãs do rosto combinando com um nariz perfeito, uma boca...
Engoliu em seco, em silêncio.
Uma boca carnuda, sedutora e tão... Dio, tão con­vidativa...
Alguém falava. Puxava-lhe o braço.
— Tio Rico. Você não está prestando atenção. Já está na hora do jantar? Mamãe chegou e estou com fome — terminou, numa lamúria.
Aonde encontrara forças não sabia, mas conseguiu desviar os olhos para Ben.
— É, claro, certo. Quer comer? Está bem. — Disse outras palavras incoerentes em italiano.

Mas afinal o que estava acontecendo? O universo resolvera parar e recomeçara numa dimensão dife­rente? Uma dimensão onde o impossível era absolu­tamente normal?
Ela dizia algo. A voz estava mais elevada que o normal e tentava soar relaxada e casual, sem sucesso.
— Ben se comportou direitinho? Sinto muito ter., demorado tanto. Eu...
A voz sumiu.
Ele a encarava de novo. Não conseguia tirar os olhos dela. Impossível.
Por um momento, permaneceu imóvel enquanto o rosto sem expressão à sua frente a encarava.
Depois, de repente, não conseguiu se conter. Não conseguia. Sentiu uma dor quase física. Girou nos calcanhares e saiu correndo. Não sabia para onde, Para qualquer lugar. Qualquer um.
O terraço terminava em escadas descendo até o an­dar da piscina e ela simplesmente desceu, quase tro­peçando, passando pela piscina e mergulhando num caminho estreito que levava até o mar entre vegeta­ção e palmeiras. O coração disparava e sentia um de­sagradável rubor no rosto.
Queria morrer.
Por que tinha permitido que fizessem aquilo com ela? Devia saber ser inútil, um caso perdido. Estava morta de vergonha.
Não devia ter tentado. Não devia ter tentado pare­cer melhor. Normal. Tentar e fracassar é pior do que simplesmente aceitar o que sou: feia, feia, feia...
Ouvia passos apressados atrás dela, seu nome. Correu mais depressa, o calcanhar escorregou e então ela precisou agarrar-se ao corrimão antes de tentar ir em frente.
Seguraram-lhe o braço.
— Pare. O que houve? O que há de errado? Retesou cada músculo, tentando soltar o braço. Os dedos apertavam-lhe a carne com força.
— Vá embora. — Gritou as palavras. Não podia pará-las. A cabeça girava. — Vá.embora. Deixe-me em paz. Deixe-me em paz!
Choque e surpresa no rosto de Rico.
— O que aconteceu? Qual é o problema?
— Como assim o que há de errado? Tudo está er­rado. Tudo — arfou.
Ficou parada, imóvel, tentando em vão afastar-se dele enquanto ele a segurava, olhando-a de cima.
Ele estava tão perto. Perto demais. Tentou recuar de novo, mas não conseguiu. Como tudo o mais, era inútil.
Por um momento, ele nada disse, apenas a fitou. Um olhar de incompreensão. Depois, a expressão de surpresa começou a mudar. Ela viu acontecer — viu e não acreditou.
Havia algo nos olhos que parecia lentamente dis­solver-se. Não apenas nos olhos dele, mas dissolvê-la também, fazendo-a derreter-se como uma vela numa superfície aquecida.
A pele ruborizada ardia.
Sentiu o aperto em torno do braço se alterar: não mais a impedindo de andar, mas segurando-a. Segu­rando-a para que ficasse claro onde ele queria que ela permanecesse. Queria que ela ficasse porque...
Tudo parou de se mover. Ela ficou ali, estática, presa. E ele a olhava no rosto. A expressão dos olhos simplesmente tirava-lhe o fôlego.
Fitou-o. O que aconteceu, não sabia explicar. A realidade deixara de existir.
E, mesmo assim, nunca parecera tão vívida.
— Não olhe para mim desse jeito — disse Rico, numa voz baixa e suave que a deixou arrepiada. — Não olhe para mim desse jeito, aqui, agora. Porque se continuar olhando para mim assim, eu...
— Mamãe!

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