Título Original:
Royally Bedded, Regally Wedded
Copyright © by Julia James
Protagonistas:
Rico Ceraldi e Lizzy Mitchell
Sinopse:
Resenha:
Então.. Eu nem preciso dizer, que apesar de um ou dois livros que não se enquadraram, a Julia James é uma das minhas divas escritoras! Amoooo de paixão os livros dela! Sempre com seus heróis fofos e apaixonados e o Rico não poderia ser diferente! Ele é demais! Decidi ler este livro, depois de algumas resenhas muito positivas no Skoob e não me arrependi, em absoluto. Apesar do romance, de certo modo, demorar um pouco a acontecer, você nem percebe, de tão boa que é a leitura. Lizzy, na verdade, é um Patinho Feio e está aí, outra temática que amoooo, haja vista minha paixão por Betty, a feia. kkkkkkkkk.. Eu o marquei como perfeito, porque, depois daquele final, eu não podia marcar outra coisa! SUPER RECOMENDO!
Lizzy cria. durante quatro anos, o filho da irmã que morreu num acidente de carro, juntamente com o pai do bebê, que ela nunca soube a identidade. Depois de todos esses anos, aparece em sua porta, Rico, um príncipe de um principado italiano, "reclamando" seu sobrinho e dizendo que o menino era um pequeno príncipe. Tramóias a parte e a única solução encontrada por ele para "salvar" seu sobrinho e a "mãe" dele, seria se casando com ela. Créditos MIL para o príncipe Rico e seu jeito fofo de ser. Amei!
Ponto Alto:
Ben olhava o comprido terraço para
onde os quartos se abriam. De repente, a expressão do rostinho mudou.
—
Mamãe!
Largou o pincel e afastou a cadeira.
Rico levantou a cabeça e
ficou paralisado.
BEN corria ao seu encontro no terraço
quando ela saiu desconfiada do quarto.
—
Mamãe, você demorou muito! Estamos construindo um forte, eu e tio Rico. Os
soldados são cavaleiros com armaduras. Vão chegar amanhã, numa van especial.
Ganhei de presente porque me comportei bem. E estamos fazendo um forte para
eles. Venha ver.
Ele a pegou pela mão e
começou a puxá-la. Ela desequilibrou-se, insegura nas sandálias que apesar de terem saltos baixos consistiam apenas em duas
minúsculas tiras de couro.
— Venha
mamãe — repetiu Ben, impaciente com a lentidão.
Mas a última coisa
que Lizzy queria era ir para onde ele a conduzia.
Rumo à mesa do
terraço, rumo ao homem, a Rico que estava sentado, imóvel.
Seu rosto não tinha
expressão.
O coração de Lizzy
começou a palpitar agitado. Sentia-se mal.
Ai meu Deus, tanto trabalho, tanto tempo e
que desastre — posso ler no rosto dele. Estou
horrorosa.
Tinha levado tanto tempo — horas
e horas. E fizeram tanta coisa nela. De cima abaixo. Havia muito falatório,
agitação e nervosismo e ela apenas deixara que eles cuidassem de tudo. Os
tratamentos não paravam, um atrás do outro. Besuntavam-lhe o corpo, o rosto,
depois tiravam, um monte de vezes. Lavaram-lhe os cabelos e colocaram mais
coisa neles e deixaram e lavaram e colocaram mais coisa. Enquanto isso,
apareceram pinças, esmaltes, alicates de cutículas, ceras quentes e mais
faixas e cremes no corpo. Almoçou no quarto com o rosto e cabelos cobertos e o
corpo numa espécie de camisola fina. E enquanto comia, outro exército de
pessoas em seu quarto mostrava diferentes roupas, tiradas de um trio de araras
com tantas outras que ela simplesmente perdeu a conta.
— Por
favor — murmurou, com voz débil —, o que acharem melhor.
E finalmente a última das
faixas do corpo e os rolos dos cabelos foram retirados e tinham-lhe feito uma
escova — como se rolos e escova fossem melhorar os cabelos encaracolados. Então uma nova
esteticista aparecera, munida com uma enormidade de maquiagem antes de
finalmente poder levantar-se e experimentarem uma roupa atrás da outra nela.
Todos comentavam, substituíam-na por outra e o processo repetia-se.
Até escolherem
uma, o penteado e a maquiagem precisaram ser retocados e ela foi gentil, e
então insistentemente conduzida em direção ao terraço.
Não fazia idéia
de como estava. Podia ver que as unhas estavam pintadas de uma cor coral ou
pêssego e as mãos macias. O cabelo parecia diferente — mais leve. Como se
balançassem enquanto andava em vez de ficarem imóveis como de hábito. Quanto às
roupas, podia vê-las: usava um vestido colorido, cor de canela, com um corpete
apertado e mangas curtas, um cinto estreito na cintura e uma saia flutuando
como seda em torno das pernas.
Mas não se vira no
espelho. Ninguém perguntara se queria um e ela não tivera coragem para pedir.
Adiando o terrível momento.
Mas agora que chegara, queria sumir.
Oh! Para que tudo isso?
Devia estar ridícula, absurda,
vestida desse jeito, toda produzida. Tudo que aquelas roupas podiam fazer era
acentuar a sua falta de atrativos, pensou.
Um constrangimento terrível a
dominava. Por que deixara que fizessem aquilo com ela? Devia ter permanecido
do jeito que era, aceitar-se.
A irmã feia que,
apesar de produzida para um baile, com roupas maravilhosas, continuava sendo a
mesma.
A seu lado, Ben conversava
enquanto ela andava devagar, super-humilhada, em direção a
Rico, imóvel, debaixo do guarda-sol na mesa do terraço.
Os olhos dirigiram-se a ele, com temor, e
sentiu a familiar indisposição.
Ele usava short e uma camiseta branca justa e
a observava aproximar-se sem nenhuma expressão no rosto.
Afastou o olhar dele quando sentiu
ruborizar-se tímida. Queria virar-se e correr, esconder-se
na segurança do quarto para sempre e nunca mais sair.
Chegou à mesa.
Diga algo. Qualquer coisa.
Engoliu em seco.
— Oh!
Ben, que forte incrível! — A voz parecia alta demais, superficial e vinda de quilômetros
de distância.
— Eu e
tio Rico fizemos. Tem duas torres e uma ponte. Olha, mamãe, tem uma ponte
levadiça que sobe e desce. Tio Rico fez funcionar. Olha, vou mostrar...
Forçou-se a olhar
quando Ben puxou uma cordinha que operava a ponte.
—
Incrível — disse com voz estrangulada. Tenho que olhar para ele, preciso.
Foi a coisa mais difícil a
fazer, mas fez. Virou a cabeça para encará-lo de frente. Olhar de frente aquele
rosto totalmente inexpressivo.
— Que
forte fantástico! — disse com voz inaudível Ele respondeu em italiano:
— Non
credo...
Engoliu em seco, o estômago
revirando-se. O que ele não acreditava? Que todo aquele tempo e esforço tinham
sido em vão?
O mal-estar aumentou.
Ben ainda falava e ela tentou escutar, mas
era impossível. Algo sobre onde ficariam os novos cavaleiros, quais ficariam dentro do castelo e quais
o atacariam.
À
frente, ainda imóvel, Rico apenas a olhava, sem a mais leve expressão no rosto.
Estava chocado, ele percebeu. Um choque tão profundo
que o cérebro ainda tentava assimilar o que os olhos mostravam.
Não era possível
o que estava vendo. Não era.
Não podia ser a
mesma mulher. Simplesmente não podia.
Impossível.
Fisicamente impossível. Definitivamente não era a mulher que ele vira
pela manhã.
Dio — de onde surgira
aquele corpo. Aquele corpo fantástico, maravilhoso, tentador. Uma bella
figura absolutamente perfeita. Com uma cintura fina que acentuava os
quadris arredondados e um... engoliu em seco... um par de seios tão
protuberantes, tão estimulantes, tão maravilhosamente moldados pelo tecido que
os cobria que ele só queria...
Sentiu a reação do corpo.
Não podia parar. Estava ali, urgente, irrepreensível, incontrolável. Uma completa
e total insistência para deixá-lo saber exata-mente como se sentia a
respeito do que os olhos viam.
Com um esforço de que não
se sabia capaz, forçou o olhar para cima, o que em nada o ajudou.
A reação foi
exatamente a mesma.
O rosto combinava com o corpo.
Era o cabelo. O que diabos
acontecera com seu cabelo? O ondulado tinha sumido. Como se nunca tivesse
existido. Em seu lugar, tingidos num castanho vibrante, fios lisos, sedosos
desciam-lhe pelo rosto até os ombros, numa cascata brilhante.
Quanto ao rosto...
Como não tinha visto?
Voltou a surpreender-se Sobrancelhas delicadamente arqueadas acima de olhos
profundos, luminosos, com cílios longos, maçãs do rosto combinando com um
nariz perfeito, uma boca...
Engoliu em seco, em silêncio.
Uma boca carnuda, sedutora e tão... Dio,
tão convidativa...
Alguém falava.
Puxava-lhe o braço.
— Tio
Rico. Você não está prestando atenção. Já está na hora do jantar? Mamãe chegou
e estou com fome — terminou, numa lamúria.
Aonde encontrara forças não
sabia, mas conseguiu desviar os olhos para Ben.
— É,
claro, certo. Quer comer? Está bem. — Disse outras palavras incoerentes em
italiano.
Mas afinal o que estava acontecendo? O
universo resolvera parar e recomeçara numa dimensão
diferente? Uma dimensão onde o impossível era absolutamente normal?
Ela dizia algo. A voz estava mais elevada que
o normal e tentava soar relaxada e casual, sem sucesso.
— Ben
se comportou direitinho? Sinto muito ter., demorado tanto. Eu...
A voz sumiu.
Ele a encarava de novo. Não
conseguia tirar os olhos dela. Impossível.
Por um momento, permaneceu imóvel
enquanto o rosto sem expressão à sua frente a encarava.
Depois, de repente, não
conseguiu se conter. Não conseguia. Sentiu uma dor quase física. Girou nos
calcanhares e saiu correndo. Não sabia para onde, Para qualquer lugar. Qualquer
um.
O terraço terminava em
escadas descendo até o andar da piscina e ela simplesmente desceu, quase tropeçando,
passando pela piscina e mergulhando num caminho estreito que levava até o mar
entre vegetação e palmeiras. O coração disparava e sentia um desagradável
rubor no rosto.
Queria morrer.
Por que tinha permitido que fizessem aquilo
com ela? Devia saber ser inútil, um caso perdido. Estava morta de
vergonha.
Não devia ter
tentado. Não devia ter tentado parecer melhor. Normal. Tentar e fracassar é
pior do que simplesmente aceitar o que sou: feia, feia, feia...
Ouvia passos apressados atrás
dela, seu nome. Correu mais depressa, o calcanhar escorregou e então ela
precisou agarrar-se ao corrimão antes de tentar ir em frente.
Seguraram-lhe o braço.
— Pare.
O que houve? O que há de errado? Retesou cada músculo, tentando soltar o braço.
Os dedos
apertavam-lhe a carne com força.
— Vá
embora. — Gritou as palavras. Não podia pará-las. A cabeça girava. — Vá.embora.
Deixe-me em paz. Deixe-me em paz!
Choque e surpresa no rosto de Rico.
— O que
aconteceu? Qual é o problema?
— Como
assim o que há de errado? Tudo está errado. Tudo — arfou.
Ficou parada, imóvel,
tentando em vão afastar-se dele enquanto ele a segurava, olhando-a de cima.
Ele estava tão
perto. Perto demais. Tentou recuar de novo, mas não conseguiu. Como tudo o
mais, era inútil.
Por um momento, ele nada disse, apenas a
fitou. Um olhar de incompreensão. Depois, a expressão de surpresa começou a
mudar. Ela viu acontecer — viu e não acreditou.
Havia algo nos olhos que parecia lentamente
dissolver-se. Não apenas nos olhos dele, mas dissolvê-la também,
fazendo-a derreter-se como uma vela numa superfície aquecida.
A pele ruborizada ardia.
Sentiu o aperto em torno do braço se
alterar: não mais a impedindo de andar, mas segurando-a. Segurando-a para que
ficasse claro onde ele queria que ela permanecesse. Queria que ela ficasse
porque...
Tudo parou de se mover. Ela ficou ali, estática,
presa. E ele a olhava no rosto. A expressão dos olhos simplesmente tirava-lhe o
fôlego.
Fitou-o. O que aconteceu, não
sabia explicar. A realidade deixara de existir.
E, mesmo assim, nunca parecera tão
vívida.
— Não
olhe para mim desse jeito — disse Rico, numa voz baixa e suave que a deixou
arrepiada. — Não olhe para mim desse jeito, aqui, agora. Porque se continuar
olhando para mim assim, eu...
— Mamãe!
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