quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Felizes para Sempre - Juras Secretas - Kim Lawrence

Título Original:
Secret Baby, Convenient Wife
Copyright © 2008 by Kim Lawrence

Protagonistas:
Gianfranco Bruni e Dervla Smith Bruni

Sinopse:

Dervla foi a enfermeira que cuidou dos ferimentos do bilionário Giancarlo e seu filho após uma explosão em Londres. Ele logo se encantou com a delicadeza e a dedicação dela, mas Dervla não estava disposta a sucumbir aos apelos da sedução. Ela se recusou a ser sua amante... e se tornará sua esposa! Há apenas uma condição: jamais terem filhos.



Resenha:

Um livrinho tranquilo. Bem fofo, nada complexo. Se resume basicamente em uma questão: Um casal, onde a esposa não pode ter filhos, mas que deseja fazer uma tentativa através de um tratamento e um marido que já tem um filho de 13 anos de outro relacionamento e não deseja ter mais filhos. Pode parecer um tema complexo, mas a forma como foi abordada foi de uma sutileza incrível. A princípio, podemos pensar, até mesmo, em egoísmo da parte de Giofranco e realmente é. A única coisa que posso adiantar é que ele não quer ter filhos porque não quer. Não é bem por aí, ainda assim, ele poderia ter se aberto com a Dervla. Ter sido sincero desde o princípio quanto aos seus motivos. Ainda assim, achei o Gianfranco um fofo, porque apesar de não dizer - o mal dos nossos mocinhos - ele demonstra que ama a Dervla desde o começo do livro. E o final? Bem, o final.. o que dizer de um homem de quase dois metros, que faz seus subordinados tremerem e o temerem chorando como um bebê quando finalmente tem sua filha nas mãos depois dele próprio fazer o parto? Simplesmente lindo *-*.


Crédito Capa: Adoro Romances


Ponto Alto:


— Bem, o que vocês acham? — perguntou o homem à cabeceira da mesa, erguendo a cabeça depois de avaliar cui­dadosamente os cálculos espalhados em sua mesa.Houve um silêncio no recinto enquanto ele olhava para um rosto de cada vez. Pôde ver o pânico no rosto de cada um dos executivos enquanto tentavam freneticamente descobrir o que ele queria ouvir.Gianfranco sentiu um lampejo de irritação. Ele não queria vaquinhas de presépio ao seu redor.— Ninguém tem opinião aqui?Parecia que ninguém realmente tinha uma, ou que, ao menos, não estava disposto a expressá-la.— Talvez desejem estar em algum outro lugar? — sugeriu ele sarcasticamente.O problema, pensou ele, era que as pessoas não sabiam separar a vida pessoal da vida profissional. Aquele era um erro fatal que ele não conseguia compreender. Sempre sou­bera compartimentalisar a sua vida. Era tudo uma questão de disciplina.Ele olhou para o relógio em seu pulso, perguntando-se se a sua assistente, que não parecia tão eficiente hoje como era o seu habitual, havia se lembrado de avisar a todos os interessa­dos que as ligações pessoais deveriam ser transferidas para lá.O som de um celular quebrou o silêncio prolongado. Gianfranco começou a contar até dez com os punhos cerra­dos, contendo a sua vontade de tirar o aparelho de seu bolso imediatamente.Ninguém mais pensou em checar o seu próprio celular. O desagrado de Gianfranco com esse tipo de interrupção era bastante conhecido para que ninguém ousasse esquecer de desligar o seu aparelho ao entrar para uma reunião presidida por ele.Ele viu o número exposto na tela e levantou abruptamen­te, desculpando-se.— A esposa — disse a única mulher presente na reunião, dando voz ao primeiro pensamento de Gianfranco.— Bem, espero que ela lhe diga algo que melhore um pouco o seu humor.Houve um burburinho de aprovação ao redor da mesa.— Alguém a conhece? — perguntou um dos executivos curiosamente.Outra pessoa disse:— Minha mãe foi à inauguração de um novo hospital para crianças. Parece que a idéia foi da esposa dele.— Ela rolou na grama descalça com as crianças.— Ela não combina com a imagem de namorada de Gian­franco Bruni.— E não é. Ela é a sua esposa. Talvez seja essa a dife­rença.— Mas ela não é feia, é?— Ela é muito bonita. Ruiva, de olhos verdes, sardenta e com uma risada muito sexy.— Eu nunca vi sequer uma foto dela.Aquele era outro efeito de seu casamento repentino. Gian­franco, que outrora freqüentava assiduamente as colunas so­ciais, havia se retraído e se cercado de todo tipo de segurança com que alguém tão rico como ele podia contar.— Não é bem uma ruiva festeira...— É verdade que ela é inglesa? — perguntou outra pes­soa, não sem antes checar se a porta estava fechada. Ser fla­grado fofocando a respeito do chefe não ajudaria em nada suas chances de promoção.— Eu não tenho certeza. Seu nome não parece inglês... É Der...?— Dervla — disse a única mulher presente mais uma vez.— Ela não era modelo?— Duvido. Ela não é suficientemente alta para isso — disse uma pessoa que já a havia conhecido.— Bem, segundo eu sei...Os homens se debruçaram para ouvir a mulher que come­çara a sussurrar num tom confidencial.— Eu não sei se é mesmo verdade, mas o primo de uma amiga minha trabalha num hospital em Londres e disse que eles se conheceram lá.— Ela é médica?— Não, enfermeira. Ela cuidou do filho dele quando ele se feriu naquele ataque terrorista. Eu acho isso tão romântico — acrescentou ela sonhadoramente.O mais jovem executivo presente, que lutara para defen­der sua posição diante de seu chefe excessivamente crítico, riu e disse com desdém:— Gianfranco Bruni não tem um grama de romantismo em seu corpo. Daqui a dois anos, no máximo, ele a trocará por uma nova modelo.Ao olhar para a tela de seu celular e não encontrar o nome de Dervla, Gianfranco teve que usar de todo o seu autocontrole para manter a compostura.Pelo menos até sair da sala de reuniões.Já no corredor, ele cerrou os dentes e os punhos.Quarenta e oito horas já haviam se passado desde que ela fora embora e nem uma única palavra!Lutando contra a ansiedade crescente, ele passou a mão pelos cabelos de ébano e respirou fundo, expirando num pro­fundo e tempestuoso suspiro.Segure a sua onda, disse ele a si mesmo, ajustando o laço da gravata.Maldita mulher!



— Eu passei o diabo hoje, pensando que você estava fe­rida em algum lugar, precisando de mim, ou em situação ainda pior. — Ele passou então uma mão pelos olhos como se quisesse extinguir aquelas imagens. — Eu teria dado a minha vida de bom grado se isso garantisse a sua segurança. — Estendeu então a sua mão para tomar a dela. — A sua e a do nosso filho.Dervla parecia estar sonhando ao olhar para os dedos dele.Seu coração batia com força dentro do peito. Ela balançou a cabeça, incapaz de se permitir acreditar no que ele estava lhe dizendo.Ele não estava falando sério, disse ela a si mesma. Mas Gianfranco não costumava dizer o que quer que fosse para impressionar.Por que então estava lhe dizendo todas aquelas coisas?Ele era jovem demais para estar na crise da meia-idade.Talvez viver comigo o tenha deixado desequilibrado. "Antes que você saia dizendo qualquer bobagem", disse ela a si mesma, "lembre-se de que ele queria uma amante e acabou com uma esposa e um filho, sendo que nenhum des­ses dois itens constava na sua lista."Ela sentiu um nó na garganta e ficou com os olhos cheios de lágrimas.Ela teve medo de se mexer e estragar aquele momento perfeito.— Você não quer um filho — lembrou ela. — Eu entendo. Você tem a sensação de estar sendo infiel à memória da mãe de Alberto.A surpresa brilhou nos olhos dele.— Os sentimentos que eu tinha por Sara não se asseme­lham em nada ao que eu sinto por você.



— Você deixou a nossa cama — disse ela, entre rindo e chorando.

Sua mente ainda estava se esforçando para lidar com to­dos aqueles choques.

— Achei — confessou ele — que era isso o que você que­ria. Estava tentando ser delicado. — Ele balançou a cabeça e fez uma careta. — Foi um verdadeiro inferno.

Aquela admissão arrancou uma gargalhada dela.

— Não tente bancar o delicado. Isso realmente não com­bina com você. Você faz o tipo arrogante-incapaz-de-expressar-os-seus-sentimentos. Esse, na verdade, é o meu tipo. Você só... — ela se deteve, estremecendo.

— O que foi?
— Não é nada. Eu espero.
— Então... Ela deu um tapinha na mão dele.
— Não se apavore, mas eu tenho certeza de que o seu bebê está chegando.
— Não, o bebê só está previsto para daqui a quatro se­manas.
— Diga isso a ele — sugeriu ela, dando um tapinha em sua barriga ao sentir outra contração.
Gianfranco observou-a ansiosamente enquanto ela sentia a contração.
— Você está bem? — perguntou ele depois que ela pas­sou.
O seu cérebro voltou a funcionar. Ele se ajoelhou na fren­te dela, e tomou as suas mãos nas dele.
— Tudo bem. Eu vou ser pai. E estou aterrorizado — dis­se ele com um sorriso, tentando lhe transmitir segurança.
— Eu também.
— Não pode ser tão difícil. As pessoas fazem isso todos os dias.
— Pessoas não — retrucou ela, fingindo indignação. — Mulheres. Quer trocar de lugar comigo?
Gianfranco não teria hesitado em fazê-lo se isso fosse possível.
— Suponho que você não agüente ser carregada até o car­ro.
Ela balançou a cabeça.
— Está bem. Você é enfermeira.
— Uma enfermeira, não uma parteira. Eu nunca fiz um parto.
— Não vamos nos preocupar. Nós vamos nos sair bem nisso. Eu não sou tão inexperiente.
Sua pesquisa na Internet se resumia a partos normais, de modo que nenhuma das informações que ele recolhera servia nesse momento.
— Você já fez algum parto?
— O de um potro, mas o conceito básico é o mesmo.


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