quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Vidas Cruzadas - Trish Morey

Título Original:
The Heir From Nowhere
Copyright © 2011 by Trish Morey

Protagonistas:
Dominic Pirelli e Angelina Cameron

Sinopse:

− Você não me conhece, mas estou grávida do seu filho.

O mundo perfeito de Dominic Pirelli se desmoronou quando ele recebeu o telefonema de Angelina Cameron, uma estranha com notícias desconcertantes: a clínica de fertilização havia cometido um erro e ela recebera o embrião do bebê que ele e sua esposa sonhavam em ter!
Embora Dominic desconfiasse dela, decidiu abrigá-la. Ao trazê-la para sua luxuosa casa, seu jeito fechado foi se abrindo à medida que o ventre de Angelina se desenvolvia e sua beleza florescia. Mas quando o bebê nascesse, quem teria a custódia da criança?


Resenha:

Pensem num livro fofo. Eu achei esse livro muito lindinho. Eu adorei a forma que o livro se desenvolveu, apesar de ser um tema super batido como gravidez. Adorei a forma como a relacionamento dos dois foi mudando aos poucos. Nas de atração fatal a primeira vista. Adorei que eles se deixaram levar e viver a vida sem pressões, apesar de ela estar esperando o filho dele. E adorei o fato de a mocinha não querer ter um filho. Achei tão diferente, porque em sua maioria, vemos mocinhas hiper maternais e Angie, apesar de não ter motivo específico, não queria ter filhos. Mas foi lindo também ver que ela foi mudando conforme a gravidez foi se desenvolvendo. Eu fiquei muito encantada com o Dominic, e seu jeito retraído, mas que foi se abrindo para um novo ao lado de Angie, apesar de não se dar conta imediatamente de que o que sentia era amor. Achei um livro muito especial e delicioso de ler.

Angie é casada e faz tratamento de fertilização para dar um filho ao seu marido. Devido a um erro da clínica, ela acaba sendo fertilizada com o material genético de outro casal. Dominic Pirelli e sua esposa já falecida. A clínica lhe oferece um aborto, mas ela é firme em querer manter a gravidez, ter o bebê e entregá-lo aos seus verdadeiros pais, o que acaba com seu já frágil casamento. Com a esposa morta e uma mulher carregando seu filho, Dominic decide cuidar dela enquanto ela estiver grávida e elabora um contrato para que ela não se arrependa e se recuse a entregar o seu bebê. O que ele não esperava era se apaixonar por Angie. Livro lindo. Recomendo.

Pontos Altos:

"Ela estava... Diferente, mas Dominic não soube apontar ao certo a mudança ao sentar com ela à mesa de jantar. Ela ainda estava usando o que parecia ser o mesmo jeans e outra daquelas suas camisetas intermináveis e o mesmo casaquinho deprimente, mas seus olhos pareciam maiores e sua boca, mais larga. De vez em quando ele capturava um toque de algo fresco e fascinante, com um
toque de fruta... Seria o seu perfume?
— Como você está se acomodando? — perguntou ele.
Estava acostumado a comer sozinho, normalmente em seu escritório, de olho no mercado estrangeiro, mas naquela noite, tinha trazido papéis consigo que ela precisaria assinar. Além disso, achou que teria que ser ao menos civilizado com ela. Afinal, Angie era sua hóspede. Ele estendeu a mão em direção ao cesto de pão e tocou, inadvertidamente, na mão dela ao pegar a mesma fatia. Dominic afastou a mão enquanto a dela desaparecia em direção ao seu colo. Logo em seguida, ele agarrou a fatia, reivindicando-a para si num gesto bem humorado. Não sabia se ela estava carregada de eletricidade estática devido ao fato de suas roupas serem todas de fibras sintéticas, mas toda vez que ele e a tocava, algo parecia centelhar sob a sua pele.
— Está tudo bem — respondeu ela, apesar da cor em seu rosto trair o seu tom de
voz.
— Eu trouxe alguns papéis redigidos pelos meus advogados para você assinar
depois do jantar, se não se importar.
Angie ergueu os olhos imediatamente.
— Já tem alguma notícia a respeito da casa?
Ele balançou a cabeça, viu a esperança nos olhos dela morrer e decidiu esperar
um pouco mais para lhe contar a verdade.
— Meus os advogados disseram que ele tem direitos, apesar de a propriedade estar no seu nome. — Dominic não conseguia compreender por que ela estava tão obcecada por aquela casa velha, embora pudesse entender por que ela achava injusto que Shayne tivesse algum direito a ela depois do modo como a havia tratado. — Os advogados anda estão avaliando a situação. Esses papéis dizem respeito ao nosso acordo.
Ela o olhou sem expressão alguma, como se sua mente ainda estivesse às voltas com a casa que ela podia perder.
— Você não precisa fazer isso hoje se preferir consultar outro advogado — disse ele, para depois se perguntar por que havia dito aquilo. Ele queria deixar tudo por escrito o mais rápido possível. Não queria correr o risco de ela mudar de ideia ou desenvolver um gostinho pela boa-vida e exigir algo mais dele.
— Está bem. É melhor mesmo que saibamos claramente qual é a posição de cada um de nós desde o começo — assentiu ela, deixando-o subitamente enfeitiçado pelo movimento do cabelo dela.
Era isso! Seu cabelo estava cortado em camadas, e toda vez que ela movia a cabeça, elas se moviam, independentemente uma da outra, mas ainda assim, juntas, como um campo de trigo ondeando ao sabor da brisa.
E então ele a voltou novamente a sua atenção para o rosto dela e viu que Angie o estava olhando, insegura.
— Acho que prefiro pular a sobremesa e ir me deitar cedo — disse ela. — Posso assinar os documentos agora?
— É dinheiro demais! — protestou ela, 10 minutos depois, já no escritório dele. — Ninguém precisa de 20 mil dólares por mês para viver.
— Com você sabe?— argumentou ele, desejando que ela simplesmente assinasse tudo, já que estava com tanta pressa de voltar para a sua suíte, tentando ignorar o movimento do seu cabelo e do cheiro de framboesa e laranja que ele exalava e que parecia estar tomando conta do lugar todo. — Você vai precisar de roupas novas à medida que o bebê for crescendo. Na verdade, já está precisando delas agora.
O rosto dela ficou em brasa.
— Mas 20 mil dólares? É evidente que você não conhece as lojas onde eu faço as
minhas compras.
— Então passe a comprar em outros lugares, ou poupe o dinheiro! Faça um cruzeiro, doe tudo a uma instituição de caridade. Eu não me importo, apenas assine o acordo.
Dominic não se importou em disfarçar a sua tensão. Queria que Angie saísse de lá o mais rápido possível. Ela estava perto demais e aquele maldito cheiro de frutas que o atingia ao menor movimento de cabeça dela, como que num convite, já o estava deixando embriagado.
Aquele corte havia realçado os seus olhos. Um par de olhos incríveis que não eram simplesmente azuis. Numa paleta de pintor eles provavelmente seriam classificados de "sonho cerúleo".
Ele deu um passo para trás, a fim de lhe dar mais espaço na mesa, querendo, na verdade, obter uma chance de colocar a cabeça no lugar.
O que estava acontecendo com ele? Seus hormônios estavam em polvorosa e ele estava se sentindo atraído por aquela mulher.
— Está bem — aceitou ela, tensa. — O dinheiro é seu, afinal.
Ele suspirou profundamente quando ela finalmente assinou as duas cópias.
— Onde mais você disse para eu rubricar? — perguntou ela, e Dominic foi obrigado a se reaproximar, a fim de apontar o lugar onde ela deveria colocar a sua marca.
Ela virou a cabeça com o rosto perigosamente perto do dele, com seus olhos azuis arregalados de surpresa e seus lábios entreabertos numa pergunta.
— Senhor Pirelli? — disse ela em meio a uma arfada que ele absorveu.
— Dominic — corrigiu ele, sem desviar os olhos daqueles lábios que pareciam tão surpreendentemente convidativos. Como é que ele não havia percebido aquilo antes?
— Dominic...
Ele adorou o modo como o nome dele soou nos lábios dela; adorou a linha branca perfeita de seus dentes abaixo deles e a pontinha visível de sua língua rosada ao pronunciá-lo.
Foi então que o celular dele tocou, dentro do seu bolso, e o encanto se desfez.
Dominic se afastou, abalado, perguntando-se o que diabos estava pensando."

***

"— Importa-se se eu me juntar a você?
Ela havia desaparecido depois do jantar enquanto ele fora checar o mercado de ações, mas Dominic a encontrou no salão de baile, numa poltrona colocada junto às portas duplas, com uma pilha de livros ao seu lado e outro aberto, em seu colo.
— O que está fazendo? E por que aqui?
— Eu gosto desse lugar — respondeu ela, colocando um marcador entre as páginas e convidando-o a puxar uma cadeira para si.
Dominic deu uma olhada na capa do livro que ela estava lendo, bem como nos dos outros livros da pilha e franziu a testa.
— São todos livros sobre parto.
— Por que será? — brincou ela.
— Você realmente precisa deles?
Ela piscou.
— Eu vou ter um bebê, Dominic, caso não tenha reparado.
— É claro. Mas... Você não... Quer dizer, eu não achei que você quisesse realmente tê-lo, se é que me entende.
Ela piscou outra vez e balançou a cabeça.
— Acho que não. Eu só quero estar preparada para o que vai acontecer.
Ele finalmente puxou uma cadeira e se sentou, pousando o pacote que havia trazido enquanto passava a mão pelo cabelo.
— Mas por que se envolver dessa maneira no parto? Por que passar por toda essa dor e desconforto?
— Porque é assim que as mulheres tem filhos, talvez?
Dominic balançou a cabeça. Aquilo não fazia o menor sentido para ele.
— Não prefere fazer uma cesariana?
— Você acha que as cesarianas não causam dor, nem desconforto?
— Mas por que fazer isso consigo mesma? Carla falou em cesariana desde o primeiro dia de gravidez e se tratava de seu próprio filho. Uma cesariana planejada, um personal trainer para voltar logo à forma antiga e um cirurgião plástico para aquilo que os exercícios não dessem conta. E o bebê nem é seu.
Angie fixou o olhar no mar. Não, aquele bebê não era seu. Nunca fora. Porém, quanto mais o seu corpo mudava e quanto mais o tempo passava, mais ela se afeiçoava àquela minúscula vida, mais ela se flagrava desejando que as coisas fossem diferentes.
— Eu sei — disse ela em meio a um suspiro. — Por que não conversamos com os médicos a esse respeito? Eu só não quero correr riscos desnecessários com essa criança, independente de quem sejam os seus pais, está bem?
Ele percebeu que ela havia ficado aborrecida, mas não fazia ideia do motivo.
Achou que estava sendo atencioso, pensando no bem-estar dela. Não queria que ela sofresse para ter aquela criança.
— Por que estava me procurando?
— Eu fui a uma livraria — disse ele, tirando um livro ilustrado do pacote que havia trazido. — Queria ler algo para o bebê, a fim de que ele se acostumasse com a minha voz antes de nascer. Dizem que eles já conseguem escutar com poucos meses de vida, e como você vai embora, achei que eu deveria fazer alguma coisa para estabelecer um vínculo com essa criança o mais rápido possível.
Meu Deus, será que ele precisava lembrá-la daquilo a toda hora?
— É uma boa ideia. O que você tem aí?
Ele leu alguns dos títulos em voz alta e Angie o deteve quando ele passou por Possum Magic, seu conto predileto, que sua mãe sempre lia para ela na hora de dormir.
— Comece por esse — disse ela.
Ele pareceu um pouco inseguro, como se estivesse achando aquilo tudo um equívoco, por isso ela olhou pela vidraça para não intimidá-lo.
— Era uma vez — começou ele, fazendo um sorriso brotar nos lábios dela.
Já adorava aquela história na voz de sua mãe e a adoraria ainda mais agora, na voz grave de Dominic.
Ela havia se enganado a respeito do senhor Dominic Pirelli, achando que ele só ligava para o dinheiro. Sabia agora, que ele poderia ser um excelente pai. Aquele bebê ia adorar a hora de ir para a cama...
Angie sentiu algo roçar suavemente em sua testa.
Ela se remexeu, perguntando-se onde estava, e por que estava se sentindo tão aquecida e protegida enquanto o chão se movia sob ela.
Foi então que ela compreendeu que estava nos braços de Dominic. Ele lhe sorriu.
— Parece que eu sou muito bom em contar histórias de ninar.
Meio adormecida, ela lhe sorriu de volta, tentando não pensar demais no quanto o corpo dele estava quente junto ao seu e como era bom estar em seus braços.
— Você vai ser um pai maravilhoso.
—Você perdeu a última parte da história — disse ele, ao entrar em seus aposentos.
— Que parte?
Ele a pousou entre as cobertas macias de sua cama e beijou a sua testa suavemente.
— Aquela em que se coloca a mamãe na cama."

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